Poéticas urbanas e suas geograficidades: desaprendendo a gramática visual do mesmo / Urban poetics and their geographicities: unlearning the visual grammar of the repeated images

Autores

  • Antonio Carlos Queiroz Filho Universidade Federal do Espírito Santo

DOI:

https://doi.org/10.22409/geograficidade2013.32.a12866

Palavras-chave:

poética, cidade, mobilidade, imagem

Resumo

“Repetir repetir - até ficar diferente”, é o que nos incentiva Manoel de Barros na sua “didática da invenção”. Porém, até que ponto a repetição é algo que nos aprisiona ao invés de nos permitir essa espécie de autonomia de pensamento, de imaginação e de criatividade que tanto apregoa e defende o poeta? O próprio Manoel nos dá uma pista quando diz que “repetir é um dom do estilo”,  ou seja, quanto mais repetida for sua imagem iconográfica,  menos potente será sua forma visual ou a prática discursiva, no sentido do “ficar diferente”. Dito de outra forma, a imagem repetida é o empobrecimento da imaginação e, portanto, da nossa capacidade de pensamento. Se tomarmos, por exemplo, as grandes cidades contemporâneas como tema, um dos assuntos que mais tem circulado pelas bocas, olhos e dedos das pessoas é a chamada “mobilidade urbana”. Qual seria a imagem repetida que define a mobilidade para como uma forma pensar e viver a cidade? Como se constitui essa sinonímia visual? Quais as implicações políticas dessas gramáticas visuais do mesmo? Qual o lugar do poético nesse contexto? Essas são questões que têm me acompanhado. Este artigo tem como objetivo compartilhar algumas experimentações conceituais e imaginativas que são uma forma de lidar com elas.

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Referências

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Publicado

2012-11-29

Como Citar

Queiroz Filho, A. C. (2012). Poéticas urbanas e suas geograficidades: desaprendendo a gramática visual do mesmo / Urban poetics and their geographicities: unlearning the visual grammar of the repeated images. Geograficidade, 3(2), 79-90. https://doi.org/10.22409/geograficidade2013.32.a12866

Edição

Seção

Dossiê: Geografia e Fenomenologia