Geografia sensível e suas origens na estética / Sensuous geography and its aesthetics origins

Autores

  • Bianca Beatriz Roqué Universidade Federal do Paraná

DOI:

https://doi.org/10.22409/geograficidade2020.100.a38267

Palavras-chave:

Sensuous Geographies. Estética. Percepção.

Resumo

Na percepção do espaço geográfico, as pessoas utilizam-se dos sentidos fisiológicos (visão, audição, tato, olfato, paladar), e, ao mesmo tempo, atribuem significados simbólicos, relativos aos sentimentos suscitados ao serem afetados pelo ambiente circundante. Tais estudos da ciência geográfica são mais recorrentes em países de língua inglesa, conceituados como Sensuous Geographies, e possuem sua origem embasada no conceito filosófico de Estética. O objetivo deste trabalho é investigar autores e temas que discutem a Estética e os sentidos na Geografia, buscando identificar as raízes destas discussões, bem como suas repercussões nos trabalhos atuais. A metodologia utilizada foi a compilação de trabalhos publicados em periódicos nacionais e internacionais relativos a esse conceito, e como resultados são apresentadas as investigações desde Kant até os dias atuais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Bianca Beatriz Roqué, Universidade Federal do Paraná

Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal do Paraná

Referências

APPLETON, Jay. Nature as Honorary Art. Environmental Values, Cambridge, n. 7, p. 255-266, 1998.

APPLETON, Jay. Running Before We Can Walk: are we ready to map 'beauty'? Landscape Research, v. 19, n. 3, p. 112-119, 1994.

APPLETON, Jay. The symbolism of habitat: an interpretation of landscape in the arts. Seatle: University of Washington Press, 1990.

APPLETON, Jay. The Experience of Landscape. London: John Wiley & Sons, 1975.

BUNKSE, Edmunds V. Humboldt and an Aesthetic Tradition in Geography. Geographical Review, v. 71, n. 2, p. 127-146, 1981.

BUTTIMER, Anne. Lar, horizontes de alcance e o sentido de lugar. Geograficidade, v. 5, n.1, p. 4-19, 2015.

BUTTIMER, Anne. Nature, water symbols, and the human quest for wholeness. In: SEAMON, David; MUGERAUER, Robert (Eds.). Dwelling, place and environment towards a phenomenology of person and world. Dordrecht: Nijhoff, 1985. p. 259-280.

BUTTIMER, Anne. Beyond Humboldtean science and Goethe's way of science: Enduring themes in Alexander von Humboldt's geography. Erdkunde Band, n. 55, p. 105-120, 2001.

BUTTIMER, Anne. Grasping the dynamism of lifeworld. Annals of the Association of American Geographers, v. 66 n. 2, p. 277-292, 1976.

BUTTIMER, Anne. Poetics Aesthetics and Humboldtean Science. In: Gamerith, W. MESSERLI, P.; MEUBURGER,P.; WANNER, H. (Eds.). Alpenwelt – Gebirgwelten, Inseln, Brücken. 54 Deutscher Geographentag. Tagungsbericht und wissenschaftliche Abhandlungen. Berne: Heidelberg, 2004. p. 63-78.

CARERI, Francesco. Walkscapes: o caminhar como prática Estética. São Paulo: GG Brasil, 2013.

CLASSEN, Constance. The deepest sense: a cultural history of touch. Urbana; Chicago; Springfield: University of Illinois Press, 2012.

CORNISH, Vaughan. Scenery and the sense of Sight. Cambridge: Cambridge University Press, 1935.

CORNISH, Vaughan. On a method of cultivating the aesthetic sense in the study of nature. Geographical Association, v. 18, n. 4, p. 305-306, 1933a.

CORNISH, Vaughan. Aesthetic principles of Town and Country Planning. Journal Scottish Geographical Magazine, v. 49, 1933b.

CORNISH, Vaughan. Harmonies of scenery. An Outline of Aesthetic Geography. Geographical Association, v. 14, n. 5, p. 383-394, 1928a.

CORNISH, Vaughan. The Preservation of Scenic Beauty in Town and Country. The Scientific Monthly, v. 27, n. 4, p. 349-354, 1928b.

COSGROVE, Denis. Social Formation and Symbolic Landscape. London: Croom Helm, 1984.

DANTAS, Eugênia M.; MORAIS, Ione R. D. Geografia: entre o sensível e o científico, um conhecimento complexo. GEOgraphia, v. 20, n. 44, p. 51-59, 2018.

DARDEL, Eric. O Homem e a Terra: natureza da realidade geográfica. Trad. Werther Holzer. São Paulo: Perspectiva, 2015.

DIXON, Deborah P.; HAWKINS, Harriet; STRAUGHAN, Elizabeth R. Wonder-full geomorphology: Sublime aesthetics and the place of art. Progress in Physical Geography, v. 37 n. 2, p. 227-247, 2013.

DOMAKOSKI, Mariana. As 11 personalidades que se escondem na Santos Andrade. Jornal Gazeta do Povo, Curitiba, 04 out. 2016. Haus, Estilo & Culltura. Disponível em: http://www.gazetadopovo.com.br/haus/estilo-cultura/as-11-personalidades-que-se-escondem-na-santos-andrade/. Acesso em: 15 jan. 2018.

ELDEN, Stuart. Reintroducing Kant’s Geography. In: ELDEN, Stuart; MENDIETA, Eduardo (Eds.). Reading Kant’s Geography. Albany: SUNY, 2011. p. 1-15.

FIGURELLI, Roberto. Estética & Crítica. Curitiba: EdUFPR, 2007.

GASPAR, Jorge. O retorno da paisagem à geografia. Finistera, v. 36, n. 72, p. 83-99, 2001.

GOUDIE, Andrew. Vaughan Cornish: Geographer (With a Bibliography of His Published Works). Transactions of the Institute of British Geographers, n. 55, p. 1-16, 1972.

GRATÃO, Lúcia H. B.; MARANDOLA JR., Eduardo. Sabor da, na e para Geografia. Geosul, v. 26, p. 59-74, 2011.

HAWKINS, Harriet; STRAUGHAN, Elizabeth. Geographical Aesthetics, Imagining Space, Staging Encounters. New York; London: Routlage, 2015.

HENSHAW, Victoria. Urban Smellscapes: Understanding and Designing City Smell Environments. New York: Routledge, 2014.

HILLMAN, James. Cidade & alma. São Paulo: Studio Nobel, 1993.

KANT, Immanuel. Crítica da razão pura. São Paulo: Abril Cultural, 1980.

KENNEDY, Christina B.; SELL, James L.; ZUBE, Ervin H. Landscape Aesthetics and Geography. Environmental Review, Arizona, v. 12, n. 3, p. 31-55, 1988.

LAW, Lisa. Home cooking: Filipino women and geographies of senses in Hong Kong. Ecumene, v. 8, n. 3, p. 264-283, 2001.

LE BRETON, David. Antropologia dos sentidos. Petrópolis: Vozes, 2016.

MADENFORT, Duke. The Aesthetic as Immediately Sensuous: An Historical Perspective. Studies in Art Education, v. 16, n. 1, p. 5-17, 1974.

MALANSKI, Lawrence Mayer. Os sons do cotidiano: interpretação geográfica das sonoridades do calçadão de Londrina, Paraná. 2018. 207 f. Tese (Doutorado em Geografia) – Programa de Pós-Graduação em Geografia, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2018.

MARANDOLA JR., Eduardo. O gosto da morte na vida dos lugares. Geografias, Edição Especial Sabores Geográficos, Belo Horizonte, v. 0, p. 71-82, 2018.

MEINIG, Donald W. O olhar que observa: dez versões da mesma cena. Revista Espaço e Cultura, Rio de Janeiro, n. 13, p. 35-46, 2002.

NAKAHODO, Lilian. Cartografias Sonoras: um estudo sobre a produção de lugares através de práticas sonoras contemporâneas. 2014. 164 f. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Programa de Pós-Graduação em Geografia, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2014.

NAME, Leo. O conceito de paisagem na geografia e sua relação com o conceito de cultura. GeoTextos, v. 6, n. 2, p. 163-186, 2010.

NUNES, Camila Xavier; REGO, Nelson. As geografias do corpo e a educação (do) sensível no ensino de Geografia. Rev. Bras. Educ. Geog., Rio de Janeiro, v. 1, n. 1, p. 86-107, 2011.

OKAMOTO, Jun. Percepção ambiental e comportamento: visão holística da percepção ambiental na arquitetura e na comunicação. São Paulo: Mackenzie, 2002.

PÁDUA, Letícia Carolina Teixeira. A Geografia de Yi-Fu Tuan: Essências e Persistências. 2013. 208 f. Tese (Doutorado em Geografia) – Programa de Pós-Graduação em Geografia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013.

PALHARES, Virgínia. Para além da literatura: outras linguagens. In: DINIZ, Alexandre M. A.; ALVIM, Ana M. M.; PEREIRA, Doralice B.; DEUS, José A. S. de; PÁDUA, Letícia (Orgs.). Metamorfoses possíveis compartilhadas: leituras em Geografia Cultural. Belo Horizonte: Letramento, 2019. p. 38-46.

PALLASMAA, Juhani. A Imagem corporificada. Porto Alegre: Bookman, 2013.

PILE, Steve; THIRFT, Nigel. Mapping the Subject: Geographies of Cultural Transformation. London: Routledge, 1995.

POCOCK, Douglas. The Senses in Focus. Area, v. 25, n. 1, p. 11-16, 1993.

POCOCK, Douglas. Sound and the Geographer. Journal of the Geographical Association, n. 324, v. 74, 1989.

PORTEOUS, John Douglas. Enviromental Aesthetics: Ideas, Politics and Planning. USA; Canada: Routlege, 1996.

PORTEOUS, John Douglas. Landscapes of the Mind: Worlds of Sense and Metaphor. Toronto: Toronto University Press, 1990.

PORTEOUS, John Douglas. Bodyscape: the body-landscape metaphor. Canadian Geographer, v. 30, n. 1, p. 2-12, 1986a.

PORTEOUS, John Douglas. Intimate sensing. Area, n. 18 v. 3, p. 250-251, 1986b.

PORTEOUS, John Douglas. Smellscape. Progress in Human Geography, v. 9, n. 3, p. 356-378, 1985.

PORTEOUS, John Douglas; MASTIN, J. F. Soundscape. Journal of Architectural Planning Research, v. 2, p. 69-186, 1985.

RELPH, Edward. As bases fenomenológicas da geografia. Geografia, Rio Claro, v. 4 n. 7, p. 1-25, 1979.

RELPH, Edward. The Paradox of Place and the Evolution of Placelessness. In: FREESTONE, Robert; LIU, Edgar (Eds.). Place and Placelessness Revisited. New York: Routledge, 2016. p. 20-34.

RELPH, Edward. Place and placelessness. London: Pilon, 1976.

RIBAS, Alexandre Domingues; VITTE, Antônio Carlos. O Curso de Geografia Física de Immanuel Kant (1724-1804): Cosmologia e Estética na construção epistemológica da Ciência Geográfica. RA ́E GA, Curitiba, n. 17, p. 103-111, 2009.

RODAWAY, Paul. Sensuous Geographies: Body, sense and place. London: Taylor & Francis, 2002.

ROQUÉ, Bianca Beatriz; ROSS, Paulo Ricardo; BILL, Leomir Barbosa. Cartografando sentidos: percepções de pessoas cegas nos caminhos da cidade. In: Rosaneli, A. F. (Org.). Olhares pelo espaço público. Curitiba: Setor de Tecnologia da UFPR, 2019. p. 176-202.

SAUER, Carl. The morfology of landscape. In: LEYGHLY, John (Ed.). Land and Life: a selection from the wrightings of Carl Sauer. Berkeley: University of California Press, 1983. p. 315-350.

SCHAFER, R. Murray. O ouvido pensante. São Paulo: EdUNESP, 2011.

SENSÍVEL. In: Michaelis dicionário. São Paulo: Companhia melhoramentos, 1998, p. 1919.

SENSORIAL. In: Michaelis dicionário. São Paulo: Companhia melhoramentos, 1998, p. 1919.

SENSUAL. In: Michaelis dicionário. São Paulo: Companhia melhoramentos, 1998, p. 1919.

TORRES, Marcos Alberto. Os sons que unem: a paisagem sonora e a identidade religiosa. 2015. 242 f. Tese (Doutorado em Geografia) – Programa de Pós-Graduação em Geografia, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2014.

TUAN, Yi-Fu. Espaço e Lugar: a perspectiva da experiência. Trad. Lívia de Oliveira. Londrina: EdUEL, 2013.

TUAN, Yi-Fu. Topofilia: um estudo da percepção, atitudes e valores do meio ambiente. Trad. Lívia de Oliveira. Londrina: EdUEL, 2012.

TUAN, Yi-Fu. Passing Strange and Wonderful: Aesthetics, Nature, and Culture. Washington: Island Press, 1993.

VITTE, Antônio Carlos. Da sensibilidade à representação da paisagem: considerações sobre a Estética da natureza como um recurso para a sensibilização ambiental. RA ́E GA, Curitiba, n. 20, p. 7-17, 2010.

VITTE, Antônio C. SILVEIRA, Roberison. Kant, Goethe e Alexander Humboldt: Estética e paisagem na gênese da geografia física moderna. ACTA Geográfica, Boa Vista, v. 4, n. 8, p. 7-14, 2010a.

VITTE, Antonio C.; SILVEIRA, Roberison W. Considerações sobre os conceitos de natureza, espaço e morfologia em Alexander von Humboldt e a gênese da geografia física moderna. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 17, n. 3, p. 607-626, 2010b.

WRIGHT, John K. Terrae incognitae: o lugar da imaginação na Geografia. Geograficidade, v. 4, n. 2, p. 4-18, Inverno 2014.

YAMAKI, Humberto Tetsuya. Cheiros da cidade: paisagem olfativa. In: FUSCALDO, W.; MARANDOLA JR., E. (Orgs.). “Quem tem medo do interior?” – urbano-rural: que espaço é esse? Contribuições Científicas da XVIII Semana de Geografia da Universidade Estadual de Londrina. Londrina: EdUEL, 2001, v. 1. p. 205-207.

Downloads

Publicado

2020-10-06

Como Citar

Roqué, B. B. (2020). Geografia sensível e suas origens na estética / Sensuous geography and its aesthetics origins. Geograficidade, 10(Especial), 183-202. https://doi.org/10.22409/geograficidade2020.100.a38267