Geografia e reconhecimento social das pessoas negras na interação com o Movimento Negro Unificado (MNU)
Palavras-chave:
Geografias negras, Reconhecimento, ConfluênciasResumo
O artigo apresenta reflexões sobre os processos de reconhecimento das pessoas negras como entes políticos das resistências e lutas antirracistas no Brasil em relação ao Movimento Negro Unificado (MNU). Pelas perspectivas das teorias do reconhecimento e dos saberes afrocentrados – sobre categorias como a biointeração, as confluências e as transfluências – apresenta a potencialidade de uma geografia em que a negritude se constitui como resistência ao espaço estruturado na branquitude, desde as lutas cotidianas até as conquistas relativas às políticas públicas nas diferentes escalas do Estado. Essa geografia se organiza no encontro da pessoa negra consigo mesma quando ela ingressa nos espaços políticos de discussões do MNU: há o reconhecimento de si como entre político da resistência e das lutas antirracistas.
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