ENTRE O PANORÂMICO E O RECÔNDITO NAS DINÂMICAS PAISAGÍSTICAS CONTEMPORÂNEAS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22409/GEOgraphia2024.v26i56.a58796

Palavras-chave:

Paisagem Política, Farol do Mucuripe, Pequena África, Boulevard Olímpico, Fortaleza (CE), Rio de Janeiro (RJ)

Resumo

O caráter visual da paisagem foi alvo de críticas por parte dos geógrafos ao longo do século XX, contribuindo com a não utilização desse conceito na compreensão dos fenômenos políticos. O objetivo do presente artigo é discutir como a tensão entre proximidade e de dis­tância possibilita refletirmos sobre os usos políticos das visualidades a partir de paisagens panorâmicas e recônditas. A análise de casos envolvendo o Farol do Mucuripe, em Fortaleza (CE) e na Região da Pequena África, no Rio de Janeiro (RJ), permite compreender como a mobilização de paisagens específicas por diferentes grupos orienta as ações políticas. Assim, compreendemos a paisagem não como um simples cenário ou apenas uma feição de outros processos, mas um elemento ativo no exercício das práticas políticas contemporâneas realizadas a partir do caráter visual.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ABREU, M. de A. (1987) Evolução urbana no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: IPLANRIO/Zahar.

ARENDT, H. (1988) O que é política? Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.

BARBOSA, D. T. (2020) Ver, estar e ser (n)a paisagem: cidadania paisagística e o direito à paisagem na cidade do Recife. Tese (Doutorado em Geografia) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.

BENEDIKTSSON, K. (2007) “Scenophobia”, Geography and the aesthetic politics of landscape. Geografiska Annaler. 203–217. Disponível em: <http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1468-0467.2007.00249.x/abstract>. Acesso em: 4 jun. 2023

BESSE, J-M. (2006) Ver a terra: seis ensaios sobre a paisagem e a geografia. São Paulo: Perspectiva.

BESSE, J.-M. (2014) O gosto do mundo: exercícios de paisagem. Rio de Janeiro: Ed. Uerj.

BRITO, M. V. (2019) Patrimônio consagrado e paisagens insurgentes: disputas por cidadania e visibilidade em Olinda (PE). Tese (Doutorado em Geografia) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.

BRITO, M. V.; CADENA, D. (2022) Paisagem política: novas maneiras de olhar e agir nas metrópoles brasileiras. Geousp, v. 26, n. 3, e-195605, dez. ISSN 2179-0892. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/geousp/article/view/195605. doi: https://doi.org/10.11606/issn.2179-0892.geousp.2022.195605.pt

CADENA, D. (2021) IGEPAC-Bela Vista e o tombamento do Teatro Oficina: Representação, governo e contestação no Bixiga. Confins. Revue franco-brésilienne de géographie/Revista franco-brasilera de geografia, n. 51.

CAETANO, F.; ROSANELI, A. (2019) A paisagem no Plano Diretor Municipal: uma reflexão sobre sua referência na legislação urbanística dos municípios paranaenses. Eure, Santiago, v. 45, n. 134, p. 193-212. doi: http://dx.doi.org/10.4067/S0250-71612019000100193.

CAUQUELIN, A. (2007) A invenção da paisagem. São Paulo: Martins.

CHECA-ARTASU, M. M. (2020) Onde está a paisagem nas políticas ambientais e territoriais do Mé¬xico? Confins, n. 44. doi: https://doi.org/10.4000/confins.27294.

COSGROVE, D. (1998) Social formation and symbolic landscape. Madison, WI: University of Wis¬consin Press.

COSGROVE, D. (2004) Landscape and Landschaft. Bulletin of the GHI, v.35, p.55-71.

DIEGUES, A. C. (2008) O mito moderno da natureza intocada. 6. Ed., São Paulo: HUCITEC, 199p.

FORTALEZA. (2006) Prefeitura Municipal de Fortaleza. Projeto Orla Fortaleza. Fortaleza.

GOMES, R. S. (2018) Atafonias: sentidos da paisagem em uma comunidade de pescadores do Norte Fluminense. Rio de Janeiro: UFRJ. Tese (doutorado) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Geociências, Programa de Pós-Graduação em Geografia, 2018-03-19. Disp. em: <http://objdig.ufrj.br/16/teses/881325.pdf>. Acesso em 14 jun. 2023

GUIMARÃES, R. S. (2014) A utopia da Pequena África: projetos urbanísticos, patrimônios e conflitos na Zona Portuária carioca. Rio de Janeiro: Ed. FGV.

JACKSON, J. (1984) Discovering the vernacular landscape. New Haven, CT: Yale University Press.

LACOSTE, Y. (1977) A quoi sert le paysage? Qu’est-ce um beau paysage ? Hérodote, v. 7, p. 3-41.

MACIEL, C. A. A. (2005) Espaços públicos e geo-simbolismos na “cidade-estuário”: rios, pontes e paisagens do Recife. Revista de Geografia, Recife, v. 22, p. 12-20.

MACIEL, C. A. A; VASCONCELOS, P. B. (2020) Entre paisagens e panoramas: Fotografia e metáforas visuais. Espaço e Cultura, n. 48, p. 137-157.

MACIEL, C. A. A.; BARBOSA, D. T. (2021) Paisagem. GEOgraphia, v. 23, n. 50, 14 jun. 2021.

MELO FILHO, D. C. Política da paisagem e paisagem política em São Paulo. Mercator, v. 20, 2021. doi: https://doi.org/10.4215/rm2021.e20008.

MELO FILHO, D. C.; SILVA FILHO, G. H. (2021) Ideias da paisagem nos Planos Diretores do Recife e do Rio de Janeiro. Espaço Aberto, Rio de Janeiro, v. 11, n. 2, p. 65-79. doi: https://doi.org/10.36403/espacoaberto.2021.43192.

MOURA, R. de A. (2019) A construção de uma memória geográfica para o Brasil: Edgar Ja¬cintho e o sertão do Iphan. Rio de Janeiro: UFRJ. Tese (doutorado) - Universidade Fede¬ral do Rio de Janeiro, Instituto de Geociências, Programa de Pós-Graduação em Geografia, 2019-07-26. Disp. em: <http://objdig.ufrj.br/16/teses/913631.pdf>. Acesso em 14 de jun. 2023.

MOURA, R. (2022) Tia Ciata e a Pequena África no Rio de Janeiro. São Paulo: Todavia.

NASCIMENTO, F. R.; SAMPAIO, J. L. F. (2004) Geografia física, geossistemas e estudos integrados da paisagem. Revista da casa da geografia de Sobral, v. 6, n. 1, p. 21.

OLWIG, K. (2002) Landscape, nature, and the body politic: from Britain’s Renaissance to America’s New World. Madison, WI: University of Wisconsin Press.

PONTE, P. (2020) As paisagens-grafite como experiências do habitar. Geograficidade, v. 10, n. Especial, p. 278-294.

REIS, G. A.; SILVA FILHO, G. H.; SILVA, P. T.; RIBEIRO, R. W. (2022) A paisagem no ordena¬mento urbano brasileiro: a produção de leis da paisagem no Recife e no Rio de Janeiro entre 1950 e 2019. Revista Espaço e Geografia, v. 24, n. 2, p. 197-222. Disponível em: <https://periodicos.unb.br/index.php/espacoegeografia/article/view/40280>. Acesso em: 5 jun. 2023.

RIBEIRO, R. W. (2018) A política da paisagem em cidades brasileiras: instituições, mobiliza¬ções e representações a partir do Rio de Janeiro e Recife. In: FIDALGO, P. (Org.). A paisagem como problema: conhecer para proteger, gerir e ordenar. Lisboa: Universidade Nova de Lisboa. v. 5. p. 155-170.

RIBEIRO, R. W. (2020) Paisagem. In: IPHAN (Org.). Dicionário do Patrimônio Cultural. Brasília: Iphan,. v. 1. Disponível em: <http://por-tal.iphan.gov.br/dicionarioPatrimonioCultural/detalhes/92/paisagem>. Acesso em: 14 jun. 2023.

RODRIGUEZ, J. M. M.; SILVA, E. D.; CAVALCANTI, A. P. B. (2002) Geoecologia da paisagem: uma visão geossistêmica da análise ambiental. Fortaleza: EDUFC.

SANGUIN, A.-L. (1984) Le paysage politique: quelques considérations sur un concept résurgent. L’Espace Géographique, v. 13, n. 1, p. 23-82. doi: https://doi.org/10.3406/spgeo.1984.3889.

SANTOS, M. (1996) A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Edusp.

SANTOS, M. (1997) Metamorfose do Espaço Habitado. Fundamentos teóricos e metodológicos da geografia. São Paulo: Hucitec, 5a ed.

SANTOS, R. E. (2019) Repertórios espaciais de ação na luta anti-racismo: o caso da Pequena África no Rio de Janeiro. In: SÁNCHEZ, F.; MOREIRA, P. C. (Org.). Cartografias do conflito no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Letra Capital, p. 12-27.

THIÈSSE, A.-M (2014). As identidades nacionais: um paradigma transnacional. In: DEL GADIO, R. S.; PEREIRA, D. B. (Org.). Geografias e ideologias: submeter e qualificar. Belo Horizonte: Ed. UFMG. p. 33-65.

TORRES, M. (2019) Os sons da paisagem: entre conceitos, contextos e composições. Geograficidade, v. 8, n. Especial, p. 141-154.

VALVERDE, R. R. H. F. (2017) Os limites da inversão: a heterotopia do beco do batman, São Paulo. Boletim Goiano de Geografia, v. 37, n. 2.

VALVERDE, R. R. H. F. (2018) O sentido político do Monumento às Bandeiras, São Paulo: condições e oportunidades para a multiplicação de narrativas a partir da transformação do espaço público. PatryTer, v. 1, n. 2, p. 29-40. doi: https://doi.org/10.26512/patryter.v1i2.10117.

VASCONCELOS, P. B.; MACIEL, C. A. A. (2016) No mais entranhado da cidade: imagens e espacialidades dos becos no Centro Historico do Recife. Espaço e Cultura, n. 39, p. 117-138, 2016.

WYLIE, J. W. (2007) Landscape. London: Routledge, 2007.

Downloads

Publicado

2024-02-21

Como Citar

Cadena, D., & Brito, M. V. de . (2024). ENTRE O PANORÂMICO E O RECÔNDITO NAS DINÂMICAS PAISAGÍSTICAS CONTEMPORÂNEAS. GEOgraphia, 26(56). https://doi.org/10.22409/GEOgraphia2024.v26i56.a58796

Edição

Seção

Artigos