O VIÉS GEOGRÁFICO PARA O ADOECIMENTO E INTERNAÇÃO POR DENGUE: UMA REGIONALIZAÇÃO DO BRASIL, ENTRE OS ANOS 2009 E 2019, POR MEIO DE MÚLTIPLOS FATORES ESPACIAIS
DOI:
https://doi.org/10.22409/GEOgraphia2024.v26i56.a59222Palavras-chave:
taxa de internação, biomas brasileiros, cokrigagem, regionalização, viés geográficoResumo
O objetivo deste trabalho foi realizar a regionalização das áreas com maior incidência de hospitalização por dengue no Brasil, apontando aquelas com maior potencial para adoecimento em correlação com fatores geográficos de cunho ambiental e socioeconômico. A metodologia do trabalho consistiu na montagem de um banco de dados geográfico constituído, inicialmente, pela localização das notificações de internações por dengue no Brasil entre os anos 2009 e 2019; em seguida, esse sistema foi alimentado com variáveis socioeconômicas, tais como: total da população por município, índice de desenvolvimento humano municipal (IDHM) e produto interno bruto (PIB); variáveis ambientais como: bioma de abrangência municipal, clima, distribuição da umidade, temperatura e precipitação foram também inseridos. Estatística descritiva, regressão pelo método StepWise progressivo e a interpolação dos pontos através da cokrigagem foi providenciada. Os resultados apontaram para a significancia estatística entre as variáveis testadas (p<0,01), com o poder explicativo (R² global) igual ou superior a 73% no modelo adotado, podendo-se afirmar que a temperatura é responsável pela explicação de 56% das taxas de internação, o que está diretamente correlacionado ao bioma onde o paciente encontra-se inserido. A partir desse e outros fatores que subsidiaram a cokrigagem, a região brasileira mais propícia ao agravamento por dengue encontra-se entre o Nordeste e o Centro-Oeste do país. O conhecimento dos locais mais críticos para infestação larvária e com maior número de pessoas doentes e internadas é fundamental para que se tomem medidas de mitigação para as anomalias epidêmicas. A dengue ainda é hoje uma das doenças mais negligenciadas do planeta, e seu controle perpassa por uma união de esforços para maior ciência do seu desenvolvimento.
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