Sobre a Revista
Foco e Escopo
A Revista Hélade é uma publicação eletrônica quadrimestral voltada para os estudos da Antiguidade Ocidental e Oriental, sob a responsabilidade do Núcleo de Estudos de Representações e de Imagens da Antiguidade (NEREIDA), vinculado ao Departamento de História e ao Programa de Pós-graduação em História (PPGH) da Universidade Federal Fluminense.
Sua proposta é reunir debates interdisciplinares com especialistas das áreas de História, Arqueologia, Antropologia, Filosofia e Filologia. Admite-se como norte a construção de um espaço de divulgação do saber acadêmico pautado pela isonomia, pelo respeito à diversidade teórico-metodológica e pela valorização de novos objetos e temas de pesquisa. Nossa proposta é ampliar o diálogo, criando um espaço que reúna pesquisadores brasileiros e estrangeiros, ultrapassando fronteiras. Mais do que divulgar novas pesquisas, desejamos buscar a integração de interessados no estudo da Antiguidade nessas diversas áreas, fomentando novos debates.
Aceitamos trabalhos inéditos que contribuam para a proposta de nossa revista.
Processo de Avaliação pelos Pares
A publicação dos Artigos encaminhados está condicionada a pareceres de ao menos dois membros do Conselho Editorial da revista ou de avaliadores convidados pela Comissão Editorial. Os procedimentos adotados pelo periódico para análise e aprovação de originais atendem as normas internacionalmente consagradas: avaliação cega por pares, reforcando impessoalidade, rigor científico e adequação editorial.
Pareceristas recebem originais anônimos para análise, ao passo que os autores têm no final do processo, acesso às avaliações de seus textos, também sem a identificação dos pares.
Na distribuição dos originais aos avaliadores serão evitadas situações de conflito de interesse ou outras que prejudiquem a análise competente e justa dos textos.
Periodicidade
Quadrimestral.
A revista publicará dois dossiês temáticos e um número com artigos livres.
Política de Acesso Livre
Esta revista oferece acesso livre imediato ao seu conteúdo, seguindo o princípio de que disponibilizar gratuitamente o conhecimento científico ao público proporciona maior democratização mundial do conhecimento.
Histórico do periódico
Lançada em 2000, a Hélade foi a primeira revista eletrônica brasileira dedicada exclusivamente à História Antiga. Editada pela iniciativa de Adriene Baron Tacla (1), Alexandre Carneiro Cerqueira Lima (2) e Maria Regina Cândido (3), o periódico foi pioneiro no Brasil em disponibilizar artigos sobre a Antiguidade gratuitamente através da internet, atuando na vanguarda da atual tendência editorial das revistas científicas nacionais e estrangeiras. |
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Combatividade e movimento seriam duas ideias caras aos editores. A primeira, associada às diretrizes da revista, representava as tensões, embates, dilemas, conflitos e mudanças que caracterizam o campo historiográfico, materializados através de debates necessários à crítica acadêmica e consequente consolidação de novos objetos de estudo. A segunda, ligada ao suporte da informação, valorizava o prognóstico que então se confirmava de que a internet ajudaria a irromper os limites físicos da difusão do conhecimento, fatalmente sedentários quando enclausurados no papel. No primeiro editorial publicado, Alexandre Carneiro Cerqueira Lima escreveu que “a Revista Hélade tem como objetivo colocar es mésos, sem fronteiras ou quaisquer restrições, a produção dos especialistas brasileiros e estrangeiros sobre sociedades antigas” (4). Adiante, conclui essa ideia e sintetiza as diretrizes supracitadas: “uma Revista Eletrônica permite estabelecer o contato entre pesquisadores do mundo inteiro, abolindo fronteiras ou barreiras. Só com o debate a pesquisa cresce, alça voo e chega ao Olimpo, como ocorreu com a nossa fonte de inspiração: o Pégasos” (5). |
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Previamente acessível através do endereço www.heladeweb.net, hoje inativo, era mantida a expensas de seus editores. Ao longo de sua vigência, a Héladepublicou 48 artigos, assinados por quarenta autores diferentes (6). A periodicidade foi sustentada entre 2000 e 2002, com dois números publicados anualmente, em geral compostos de cinco artigos e uma resenha. O ano de 2001 foi o mais ativo do periódico e a todos surpreendeu com a receptividade e interesse de internautas em outros países que não tem a língua portuguesa como língua materna. Neste mesmo ano, além de publicar os dois números esperados, contou com um número especial relativo aos Anais do Grupo de Trabalho de História Antiga da ANPUH, realizado no XXI Simpósio Nacional da ANPUH de 23 a 25 de julho do mesmo ano na Universidade Federal Fluminense. |
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O Conselho Consultivo da Hélade era formado pelos professores André Leonardo Chevitarese (UFRJ), Gabriele Cornelli (UNIMEP), Maria da Graça Schalcher (UFRJ), Pedro Paulo Funari (UNICAMP) e Sílvia Damasceno (UFF). O Conselho Editorial, a seu turno, era composto pelos professores Ana Teresa Marques Gonçalves (UFG), Ciro Flammarion Cardoso (UFF), Haiganuch Sarian (USP), José Antonio Dabdab Trabulsi (UFMG), Maria Manuela Ramos Souza Silva (UFRJ), Neyde Theml (UFRJ), Norma Musco Mendes (UFRJ) e Roland Étienne (École Française d'Athènes). Privilegiava-se desta forma a participação de pesquisadores de diferentes instituições de ensino e com especialidades distintas, com vistas a estimular o diálogo e fomentar a interdisciplinaridade que marcadamente acompanha os Estudos Clássicos em nosso país. |
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Apesar de o nome sugerir uma aparente ênfase na História Grega, a revista sempre se caracterizou por abrir espaço para publicação de diferentes sociedades antigas. Nos anos mais intensos de sua atividade, as edições contavam com artigos que discutiam temas relativos tanto à Antiguidade Clássica quanto ao Antigo Oriente Próximo e ao Extremo Oriente. É digno de notar que essa tendência deve ser situada no entremeio do desejo dos editores de fomentar a diversidade de sociedades antigas estudadas e a tendência geral do campo no Brasil, que tradicionalmente concentrou suas atenções em Grécia e Roma. O gráfico abaixo representa a proporção de sociedades abordadas nos artigos. |
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Após 2002, a Hélade começa a perder sua periodicidade. Apenas um volume foi lançado no biênio 2003-2004. O mesmo aconteceu em 2005, que foi ao ar com apenas três artigos. Ao longo dos anos, apesar de ter encerrado suas atividades, o site continuou sendo mantido por seus editores, até que o domínio expirou e não foi renovado. Destarte, o resgate de sua memória, além de trazer à luz uma série de importantes contribuições brasileiras para a História Antiga, oferece subsídios para avaliarmos o percurso de um campo que, à época de sua publicação, ainda buscava se consolidar a duras penas. O volume de artigos publicados, o impulso por divulgar o conhecimento produzido em nossas universidades de forma gratuita e sem fronteiras, o espaço consolidado ao longo de sua atividade e mesmo as razões que a levaram à perda de periodicidade são indicativos importantes não apenas para pensar a história de uma revista em particular, mas o movimento de um campo historiográfico que, como o Pégaso, careceu de muita combatividade para se consolidar em nosso país (7). |
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NOTAS | ||||
1 - À época da primeira edição da revista, mestranda em História Social junto ao Programa de Pós-graduação em História Social (PPGHIS) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Atualmente, é Professora Adjunta do Departamento de História e do Programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal Fluminense (UFF). |
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