Black Mirror, Banalidade do mal e Modernidade
Uma ilustração da construção da consciência coletiva
Resumo
O presente ensaio fará uma reflexão sobre o episódio Men Against Fire (Engenharia
Reversa, no título em português) da série britânica Black Mirror; embasada principalmente na
filosofia da alemã Hannah Arendt, e sua questão sobre a Banalidade do Mal, dialogando com
o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, que relacionou o Holocausto à Modernidade, e o
sociólogo inglês Anthony Giddens. O texto trará a descrição do episódio mencionado em um
tópico especial, e em seguida contextualizará a história abordada pela série com os autores
escolhidos. A primeira autora trata da questão do mal em grande parte da sua obra, porém este
ensaio se limitará aos estudos e reflexões que Arendt fez sobre o que ela considerou como mal
banal, teoria formulada por ela a partir de estudos sobre o nazismo e o holocausto. Seguindo o
mesmo tema o segundo autor escolhido afirma que o assassinato em massa da forma que se
deu no holocausto é um fenômeno da sociedade moderna, e por fim, o último autor que
fundamentará este ensaio, afirma que não vivemos na Era pós-moderna, e sim vivemos ainda
as consequências da modernidade e suas peculiaridades, que leva os indivíduos a um alto
grau de confiança no que ele chama de sistemas peritos. Com esses três autores centrais, o
objetivo deste ensaio será relacionar os acontecimentos descritos no episódio escolhido com
as teorias filosóficas e sociológicas, e refletir sobre a hipótese da sociedade contemporânea e
tecnológica produzir novos genocídios baseados em questões étnicas e raciais, como no
holocausto.