Leishmaniose visceral canina: caso alóctone no município de Resende, estado do Rio de Janeiro, Brasil
Palavras-chave:
diagnóstico, cão, LeishmaniaResumo
A leishmaniose visceral (LV) é uma endemia em franca expansão geográfica. Este relato apresenta um caso de importação de LV canina para o município de Resende, estado do Rio de Janeiro, onde não havia até o momento registro de casos humanos ou caninos da parasitose. O animal era oriundo do estado de Minas Gerais, área endêmica de LV, e apresentou clínica compatível com o processo patológico em questão. O diagnóstico foi realizado por meio de avaliação sorológica com o teste rápido imunocromatográfico DPP® (DUAL PATH PLATFORM) e teste de ELISA, ambos com resultado positivo, além de cultura parasitológica em Meio NNN acrescido de meio Schneider a partir de punções de medula óssea e linfonodos, biópsias de pele íntegra, lesões cutâneas, linfonodo e baço, obtendo-se o isolamento de formas promastigotas compatíveis com Leishmania spp., com posterior caracterização de Leishmania (Leishmania) chagasi através de eletroforese de isoenzimas. O levantamento entomológico com utilização de armadilhas luminosas do tipo CDC, realizado no peridomicílio três vezes por semana durante três meses, não evidenciou a presença de flebotomíneos, e o inquérito sorológico canino, procedido em 144 animais ao redor da residência do caso positivo de LV, descartou novos casos da parasitose por meio do teste rápido imunocromatográfico DPP® e/ou confirmação por ELISA. Os resultados e o histórico de deslocamento do animal caracterizam o caso como alóctone, expõem a fragilidade em relação ao controle de trânsito de animais e ressaltam a importância das ações de Vigilância para a parasitose em áreas indenes.