Relação entre escore cardíaco e o condicionamento físico de eqüinos da raça Mangalarga

Autores

  • André Furugen Cesar de Andrade Departamento de Reprodução Animal – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo
  • Lílian Emy dos Santos Michima Departamento de Clínica Médica – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo
  • Letícia Andreza Yonezawa Departamento de Clínica Médica – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade Estadual Paulista
  • Wilson Roberto Fernandes Departamento de Clínica Médica – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo

Palavras-chave:

eqüinos, escore cardíaco, condicionamento físico, Mangalarga

Resumo

O tamanho do coração é, por definição, determinante da capacidade máxima do rendimento cardíaco e aeróbico do animal, ehavendo a possibilidade de obter-se esta medida através do traçado eletrocardiográfico, verificou-se a relação entre escorecardíaco e a condição física de cavalos da raça Mangalarga. Foram examinados 70 animais com idade variando entre 11meses a dez anos, distribuídos nos seguintes grupos: G1 (controle), com 30 animais sedentários, sendo 10 machos e 20fêmeas; G2 (condicionados), constituído por 30 animais, 15 machos e 15 fêmeas, submetidos a um sistema regular decondicionamento por no mínimo 12 meses, e um grupo de dez animais (G3) constituído de potras que estavam iniciando otrabalho de condicionamento físico. Após a obtenção dos registros das derivações bipolares, calculou-se o escore cardíacopela média aritmética da duração dos complexos QRS das derivações bipolares (I, II, III), considerando-se cinco complexos decada uma, com o resultado dado em milissegundos (ms). A média do escore cardíaco encontrado no grupo G1 (97,10 ± 12,37ms) foi significativamente menor que a média do grupo G2 (129,07 ± 9,28 ms) com p<0,05. A média do grupo G3 (89,0 ± 11,7ms) foi estatisticamente semelhante (p>0,05) a do G1 e menor (p<0,05) que a encontrada no G2. No grupo G2, não foiobservada diferença significativa (p>0,05) entre os sexos, sendo a média das fêmeas condicionadas de 127,27 ± 7,98 ms,enquanto a dos machos condicionados foi de 130,9 ± 10,4 ms. No grupo dos animais não condicionados (G1), as fêmeastiveram em média 97,4 ± 12,8 ms e os machos 96,6 ± 12 ms. Encontrou-se uma correlação de média intensidade entre o ECe o perímetro torácico de 0,511 e entre o EC e a altura da cernelha de 0,490. Os valores do perímetro torácico encontradosforam de 179,0 ± 6,6 no G1, de 187 ± 6,1 no G2, e de 164,6 ± 9,9 cm para os pertencentes ao G3, enquanto para a altura dacernelha as medidas obtidas foram de 156,3 ± 4,8 em G1, 159,7 ± 3,4 em G2, e de 149,1 ± 5,5 cm em G3, com todos os valoresdiferindo significativamente quando comparados os grupos. Deste modo, a medida do escore cardíaco realmente apresentouuma relação com o estado de condicionamento dos cavalos estudados, assumindo valores muito maiores nos animais querealizavam treinamento, e pode-se provar que é possível supor a massa cardíaca por medidas indiretas como o perímetrotorácico. Porém, deve-se ressaltar que estas são apenas ferramentas para predizer a condição física de um animal atleta,devendo o profissional atentar-se a todas as outras diversas variáveis que possam influenciar na saúde deste, tais como afunção respiratória, a músculo-esquelética, a nutricional entre outras.

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Publicado

2006-05-30

Edição

Seção

Clínica Médica e Cirúrgica