Características clínicas, histopatológicas e imuno-histoquímicas do mastocitoma cutâneo equino: relato de caso
Mots-clés:
cavalo, mastocitose, neoplasia, tumor cutâneo.Résumé
Uma égua puro sangue árabe, com 3 anos de idade, pertencente ao rebanho experimental da FMVZ-USP apresentou lesões tumorais cutâneas nos membros pélvicos direito e esquerdo com aproximadamente um ano de evolução. Notou-se nova formação cutânea com crescimento rápido na região do pescoço, e desde então, as lesões dos membros ganharam características inflamatórias. Foi realizada punção aspirativa da lesão do pescoço para análise citológica, em que se identificou infiltrado eosinofílico. Optou-se pelo início de tratamento conservativo com três infiltrações intralesionais consecutivas com corticoesteroide. A partir da falta de sucesso das infiltrações foram realizadas as excisões cirúrgicas totais dos nódulos do pescoço, membro pélvico direito e esquerdo. Todos os materiais obtidos dos procedimentos cirúrgicos foram enviados para avaliação histopatológica e imuno-histoquímica, nas quais se confirmou o diagnóstico de mastocitoma cutâneo. O animal recebeu alta após a cicatrização das feridas cirúrgicas e remissão dos sinais, e não demonstrou recidivas ou outras complicações advindas das lesões tumorais. Algumas neoplasias cutâneas são bem descritas e de comum ocorrência na espécie equina, como o sarcoide, melanoma, papiloma e tumor de células escamosas. Já o mastocitoma cutâneo consiste em neoplasia cutânea rara nessa espécie. Segundo a literatura, não parece existir uma predileção racial para o aparecimento deste tumor, entretanto, alguns autores citam o acometimento maior nos animais Puro Sangue Árabe. Para o estabelecimento do diagnóstico definitivo é importante a associação dos exames físico, histopatológico e imuno-histoquímico e, apesar desta neoplasia ser de raro aparecimento nos equinos, deve ser sempre considerada como diagnóstico diferencial.