Linfomas em cães: aspectos epidemiológicos
Resumo
Com os avanços na Medicina Veterinária, houve um aumento na expectativa de vida dos animais de companhia, e em contrapartida, a incidência de doenças crônicas como o câncer tem aumentado nestes animais. O linfoma é uma neoplasia maligna de linfócitos comumente encontrada nos caninos e sua incidência é progressiva, em torno de 24 a 33 casos por ano para cada 100.000 cães. Foram consultadas as fichas do Setor de Patologia Animal da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), no período compreendido entre janeiro de 2003 e dezembro de 2013, para avaliar a frequência de linfoma nos cães assistidos no Hospital Veterinário (UFU) neste período. Informações como o tipo de exame realizado, sexo, idade, raça e tipo de amostra foram coletadas. Também foi avaliada a frequência do linfoma entre os tumores de células redondas. Posteriormente, os dados foram comparados utilizando estatística descritiva e percentual. De todos os 6403 registros, 70,3% dos diagnósticos de linfoma foram observados por meio de citologia e 29,6% por histopatologia. O linfoma foi o segundo tumor de células redondas mais frequente em 23,1%. Não houve predileção sexual e os cães adultos e idosos representaram as faixas etárias mais afetadas. A raça Pit Bull foi a mais frequente em 28,2% dos casos. Em 53,3% dos diagnósticos citológicos conclusivos sem necessidade de biopsia, os cães apresentaram linfadenomegalia na avaliação clínica. A citologia pode ser uma boa ferramenta no diagnóstico de linfomas, auxiliado pela avaliação física dos linfonodos superficiais.