O fim do colonialismo em Angola e a tessitura da narrativa-nação, sob o olhar de Pepetela
DOI:
https://doi.org/10.22409/abriluff.v4i7.29739Palavras-chave:
Pepetela, Yaka, colonialismo, naçãoResumo
O romance Yaka, do escritor angolano Pepetela, se estrutura em cinco segmentos: “A boca – 1890/1904”, “Os olhos – 1917”, “O coração – 1940/1941”, “O sexo – 1961” e “As pernas – 1975”. Cada um deles, além de corresponder a uma geração da família Semedo, cuja trajetória se inicia com o degredo de Oscar, português, e termina com Joel, tetraneto de Oscar, atuando nas fileiras do MPLA, corresponde também a um determinado tempo histórico, marcado pela deflagração de conflitos bélicos e pelo acirramento da luta entre colonizador e colonizado. A saga dos Semedo, apesar de ser ficionalizada apenas como a trajetória de uma família de colonos portugueses radicada em Angola, ganha, no decorrer da narrativa, um significado amplo, por causa justamente de sua imbricação com as guerras e com toda a problemática da ocupação colonial. O presente trabalho buscará mostrar que esse processo de reconstituição do passado, através da ficção, implica, entre outras coisas, a transcodificação da matéria historiográfica que – ao passar pela pena do ficcionista ou, se preferirmos, ao passar pelo filtro do texto literário – sofre várias alterações. Os eventos narrativos relatados no romance são fios da história angolana artisticamente retecidos por Pepetela, que com “engenho e arte” reelabora e, ao mesmo tempo, tece a sua “narrativa-nação”.Downloads
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