Poesia e crítica. Palavra e corpo: algumas considerações sobre textos de Mia Couto
DOI:
https://doi.org/10.22409/abriluff.v7i15.29876Palavras-chave:
Mia Couto, Metalinguagem, Poesia e resistência.Resumo
O objetivo deste artigo é aproximar dois textos de Mia Couto, de gêneros diferentes, distantes no tempo. Em ambos, as tensões entre poesia, pensamento e vida refletem a postura do escritor diante da linguagem, reivindicando para a poeticidade papel transformador tanto da sociedade como da subjetividade lírica. O primeiro de que se tratará é uma intervenção [poética] feita em Estocolmo, em 2008; o outro, um poema da primeira fase do autor, Nocturnamente, escrito em 1981. Percebe-se que as figurações autorais em ambos respondem poeticamente a diferentes crises: à crise político-social da África, que ocupa espaço importante na obra de Couto; e à crise da subjetividade lírica, seguindo a senda das reflexões metalinguísticas típicas da modernidade, mas a ela acrescentando fator crucial: o corpo, a corporalidade da escritura. Em ambos os textos, intervenção e poema, a linguagem, a reflexão sobre ela e o ser humano têm papel central, seja para reordenar o mundo, seja para ordenar o profundo lirismo do eu-poético. Daí que em ambos, a consciência crítica salte aos olhos, não mergulhada na tradicional discussão da crise, mas partindo desta para pensar os (des)limites da palavra, da poesia em sua resistência, como defende Jean-Luc Nancy.Downloads
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