A morte e o “eu”: poesia e outras artes no último Herberto Helder
DOI:
https://doi.org/10.22409/abriluff.v11i22.29982Palavras-chave:
Herberto Helder, morte, estilo tardio.Resumo
Os últimos livros de Herberto Helder contêm inflexões significativas em relação ao conjunto de sua obra. No cerne das mudanças, está a renovação das formas de uma noção desde sempre central para a escrita do poeta: a de morte. O último Herberto Helder, então, se abre ao convívio entre diferentes ideias de morte, às quais correspondem diferentes regimes da poesia. Neste sentido, a interação entre diferentes regimes da morte afeta, por um lado, os regimes da autoria, as concepções do “eu” e o pacto de leitura propostos pelo poema e, por outro, as relações que a escrita mantém com duas noções que a estruturam: as de tempo e de imagem. O conceito de “estilo tardio”, desenvolvido por Theodor Adorno e, depois, por Edward Said, se oferece como instrumento de análise das articulações entre morte, tempo e imagem nos momentos finais da poesia de Herberto Helder, interrogadas a partir das relações que estabelece ou permite estabelecer com a música, o cinema e a fotografia.
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