Das metamorfoses do amor n’Os Lusíadas: arma-amar
DOI:
https://doi.org/10.22409/abriluff.v11i23.30272Palavras-chave:
Os Lusíadas, arma, amarResumo
A leitura detida dos dez cantos constitutivos de Os Lusíadas permite-nos associar o substantivo arma e a forma verbal amar a questões que excedem a casualidade textual ou a ludicidade proveniente da mudança de posição da letra r. Tematicamente, sabemos que “as armas e os barões assinalados” cedem, algumas vezes, espaço ao lirismo, por exemplo, na voz de um ca- pitão que parece deixar sua patente, suas armas, portanto, para armar es- petáculos cujo protagonista é o amor. Este artigo pretende pensar sobre a forma como esse jogo de palavras transforma não apenas o campo vocabu- lar, mas, especialmente, o semântico, na extensão do poema: quais efeitos causa na leitura; quais leituras podem ser feitas, contemporaneamente; em que implica a relação entre arma e amar. Ao refletir sobre essas questões a partir das ideias de António Saraiva, Eduardo Lourenço, Luiza Nóbrega, bem como do escritor português contemporâneo Mário Cláudio, dentre outros nomes de relevo no cenário da crítica e da teoria literárias, não pre- tendemos gerar uma interpretação inovadora do poema, mas reforçar a leitura atual d’Os Lusíadas, em que demandas maneiristas, lúdicas e, espe- cialmente, denotadoras da plasticidade do texto, ressurgem como pontos de relevo na exegese da obra.
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