Cartas, solidão e voz para uma pós-memória: Maremoto, de Djaimilia Pereira de Almeida
DOI:
https://doi.org/10.22409/abriluff.v13i27.50266Palavras-chave:
Pós-colonialismo, memória., pós-memória, testemunho., solidãoResumo
O presente artigo procura olhar para dentro do ato de criação de uma pós- -memória partindo da análise do romance Maremoto, de Djaimilia Pereira de Almeida. Recolhendo as contribuições teóricas da sociologia das ausências (SANTOS, 2002) e da sociologia pós-colonial das ausências (KHAN, 2015), defende-se as seguintes teses: em primeiro lugar, que o pós-colonialismo de experiência portuguesa encerra em si muitos dos legados de silenciamento e de invisibilização do ‘Outro’, como no tempo colonial; e, em segundo lugar, a preparação de um chão para a pós-memória implica um compromisso solitário de dever de memória por aqueles que, tanto no passado quanto no presente, se sentem ausentes e silenciados, quer nas narrativas oficiais, quer na arena pública da pós-colonialidade portuguesa.
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