Terra, corpo e voz como territórios de r-existência[s]: uma leitura de Sangue Negro, de Noémia de Sousa, e do projeto de moçambicanidade
DOI:
https://doi.org/10.22409/abriluff.v15i31.58658Palavras-chave:
Projeto de moçambicanidade, Noemia de Sousa, Sangue Negro, TerritóriosResumo
A literatura produzida em Moçambique, muitas vezes, volta-se para a reassunção das raízes e memórias individuais e coletivas anteriores ao processo de colonização, bem como, para a crítica a este processo. Pensando sobre isso, o objetivo deste artigo é analisar como terra, voz e corpo são territórios de r-existência[s] para povos subalternizados, como o africano, a partir da leitura de três poemas de Sangue Negro (2016), de Noémia de Sousa, bem como a colaboração desta poesia para com o projeto de moçambicanidade. Para tanto, realizamos um estudo exploratório, bibliográfico e qualitativo, baseado em Haesbaert (2021), Secco (2016), Kilomba (2019), Ribeiro (2017), Noa (2016), Mendonça (2016), entre outros. A partir da análise das categorias elencadas, percebe-se que a poesia de Noémia de Sousa é uma ferramenta importante para construção e potencialização do referido projeto. Sua poesia é diretamente engajada e, através de um tom épico, coletivo e combativo, convoca seu povo para lutar por liberdade, criando imagens poéticas que revelam memórias e ancestralidades africanas.
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