Pós-colonialismo e pós-verdade no conto “Nas águas do tempo” de Mia Couto

Autores

  • Inês Hortas Marques Centro de Estudos Comparatistas da Universidade de Lisboa

DOI:

https://doi.org/10.22409/abriluff.v16i32.60212

Palavras-chave:

Pós-colonialismo, Pós-verdade, Moçambique, Mia Couto

Resumo

O presente artigo visa estudar a relação entre os conceitos de pós-verdade e pós colonialismo no contexto dos estudos das literaturas africanas de expressão portuguesa. Para tal, analisa-se o conto “Nas águas do tempo” (1994) de Mia Couto, enquanto recorte da literatura pós-colonial moçambicana e espaço de recriação de lendas e crenças autóctones. Finalmente, este empreendimento reflete ainda, criticamente, sobre o processo de descolonização de Moçambique como movimento de resgate do passado tradicional pré-colonial e de estabelecimento de uma identidade nacional independente.

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Biografia do Autor

Inês Hortas Marques, Centro de Estudos Comparatistas da Universidade de Lisboa

É licenciada em Jornalismo e Comunicação pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e mestre em Crítica Textual pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Atualmente, é investigadora bolseira do Centro de Estudos Comparatistas da Universidade de Lisboa, onde estuda literaturas coloniais e pós-coloniais em língua portuguesa.

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Publicado

2024-05-04

Como Citar

Hortas Marques, I. (2024). Pós-colonialismo e pós-verdade no conto “Nas águas do tempo” de Mia Couto. Abril – NEPA / UFF, 16(32), 37-49. https://doi.org/10.22409/abriluff.v16i32.60212

Edição

Seção

Dossiê Literatura e (Pós-)verdade