Pintando imagens com palavras ou como a autora adentrou o atelier do artista

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22409/abriluff.v16i32.61542

Palavras-chave:

Literatura portuguesa contemporânea, Rua de Paris em dia de chuva, Isabel Rio Novo, Imagem, Diálogo intersemiótico

Resumo

Rua de Paris em dia de chuva (2020), romance de Isabel Rio Novo, resgata a figura de Caillebote ao ficcionalizar — com engenho e arte — a vida do pintor francês, alinhando-a às mudanças sofridas em Paris no fim do século. O interesse pelo duplo “biografismo-histórico” surge da paixão da Autora (narradora-personagem) cujo interesse por Caillebote e as suas pinturas a impulsiona na confecção de um romance tendo como protagonista o artista impressionista. Surge, também, no espaço ficcional, a figura misteriosa e soturna de Helena, uma acadêmica especializada em história da arte. Entre o pintor, a escritora e a pesquisadora entrelaçam-se os fios do amor que os une. O presente artigo debruça-se sobre a narrativa com intuito de pensar as relações com imagens que ultrapassam a representação literal, evidenciando a força emocional e simbólica, a partir de uma continuidade cultural e da transmissão de ideias por meio das imagens ao longo do tempo. Isto é, as imagens não são apenas objetos estéticos isolados, mas partes de uma “memória coletiva” que refletem as preocupações e os desejos humanos, por meio das suas “sobrevivências”. Como pressupostos teóricos utilizaremos os conceitos sobre imagem de Aby Warburg, Walter Benjamin e Georges Didi-Huberman.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Carlos Roberto dos Santos Menezes, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Doutorando no Programa de Pós Graduação em Letras Vernáculas na área de concentração em Literatura Portuguesa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro; membro do grupo de pesquisa: Escrever o século XXI: a novíssima ficção portuguesa e os desafios da contemporaneidade (Coordenado pelo prof. Dr. Jorge Vicente Valentim); e membro do grupo de pesquisa A (im)possibilidade de dar corpo ao passado na arte e na narrativa dos séculos XX e XXI (Coordenado pela profa. Dra. Ângela Beatriz de Carvalho Faria).

Referências

BARTHES, Roland. O Rumor da língua. Trad. Mário Laranjeira. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2012.

BARTHES, Roland. Fragmentos de um discurso amoroso. Trad. Hortência dos Santos. São Paulo: Editora Unesp, 2018.

DIDI-HUBERMAN, Georges. O que vemos, o que nos olha. Trad. Paulo Neves. São Paulo: Editora 34, 2010.

DIDI-HUBERMAN, Georges. A imagem sobrevivente: História da arte e tempo dos fantasmas segundo Aby Warburg. Trad. Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Contraponto, 2013.

DIDI-HUBERMAN, Georges. Pensar debruçado. Ymago Ensaios Breves. Lisboa: KKYM, 2015.

MANGUEL, Alberto. Lendo imagens. Trad. Rubens Figueiredo, Rosaura Eichemberg, Cláudia Strauch. 8 Reimp. São Paulo: Companhia das Letras, 2001

NOVO, Isabel Rio. Rua de Paris em dia de chuva. Portugal: Dom Quixote, 2020.

SENNET, Richard. O declínio do homem público: as tiranias da intimidade. Trad. Lygia Araujo Watanabe. 2º ed. Rio de Janeiro: Record, 2016.

SILVA, Edson Rosa da. A reflexão da literatura: ensaios sobre literatura francesa. Belo Horizonte: Moinhos, 2020.

SPINOZA, Benedictus de. Ética. Trad. Tomaz Tadeu. 2. ed., 8. reimp. Belo Horizonte, Autêntica, 2018.

VALENTIM, Jorge Vicente. “Que temos nós de nosso senão o que inventamos?” Entrevista a Isabel Rio Novo. In: Olho d’água. vol. 13., n. 1. São José do Rio Preto: UNESP, 2021.

Downloads

Publicado

2024-05-04

Como Citar

dos Santos Menezes, C. R. (2024). Pintando imagens com palavras ou como a autora adentrou o atelier do artista. Abril – NEPA / UFF, 16(32), 51-66. https://doi.org/10.22409/abriluff.v16i32.61542

Edição

Seção

Dossiê Literatura e (Pós-)verdade