En/stranhamento, infamiliaridade no pós-25 de Abril em Portugal: a poesia das décadas de 1970 e 1980 de Isabel de Sá
DOI:
https://doi.org/10.22409/abriluff.v16i32.61686Palavras-chave:
Isabel de Sá, Poesia portuguesa, Infamiliar, PsicanáliseResumo
O presente artigo tem o objetivo de discutir algumas estratégias poéticas utilizadas por Isabel de Sá no início de sua produção literária, tendo como contexto a Revolução dos Cravos, em 1974. Isabel, artista da palavra e das imagens — como professora, pintora e desenhista, começa a publicar em 1979, com Esquizo Frenia. Para avançar na investigação, lançamos mão do conceito psicanalítico que se mobiliza entre a estranheza, a infamiliaridade e o incômodo, defendido por Sigmund Freud, em 1919, que vimos recriando pela via do neologismo do en/stranho e sulca as fronteiras entre a intimidade, a domesticidade e o campo aberto do outro, do desconhecido. Desse modo, procuramos ler as obras iniciais da referida autora aproveitando a ideia de contra-imagem que Eduardo Lourenço introduz em “Psicanálise Mítica do Destino Português”, relacionando a isso o problema de que a palavra poética torna estranho quem a possui, como a própria poeta afirma em O duplo dividido, em 1989. Ao final, há também neste material uma rápida entrevista feita com a poeta Isabel de Sá.
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