A opereta cômica portuguesa de finais do século XIX
DOI:
https://doi.org/10.22409/abriluff.v16i33.62785Palavras-chave:
Opereta cômica portuguesa, Teatro musicado português, Gervásio Lobato, D. João da Câmara, Ciríaco de CardosoResumo
Em 1868, as operetas burlescas do compositor alemão, naturalizado francês, Jacques Offenbach (1819-1880), ganharam traduções para o português e tiveram montagens exitosas nos teatros de Lisboa, espalhando-se os sucessos pelo país. O apreço do público, por tais espetáculos, irá garantir longa vida às operetas no território português, sobretudo nas últimas três décadas do século XIX. Apesar do repertório ser constituído, inicialmente, por títulos franceses, logo, autores e compositores portugueses trabalharam para o desenvolvimento da opereta cômica nacional e algumas parcerias felizes foram constituídas. Entre os autores, destacamos os nomes de Gervásio Lobato (1850-1895) e de D. João da Câmara (1852-1908), que possuíam à época larga produção teatral. As partituras musicais foram criadas pelo maestro e músico Ciríaco de Cardoso (1846-1900). Este artigo tem por objetivo principal recuperar parte da recepção crítica de algumas operetas cômicas portuguesas, criadas por estes três autores, como O burro do Senhor Alcaide (1891), O solar dos Barrigas (1892) e O testamento da velha (1894), que despertaram o riso e cativaram o público, não apenas em Portugal, mas, também, no Brasil.
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