Nenhum olhar: disforias de um universo em queda

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22409/36q26k02

Palavras-chave:

Reificação, Ruralidade, Morte, Distopia, Niilismo

Resumo

A fortuna crítica em torno do romance Nenhum Olhar (2000), de José Luís Peixoto, é relativamente extensa e abrange uma diversidade de temas, tais como o intertexto bíblico, o trágico, a morte, o duplo, a alegoria, o sobrena-tural, o grotesco, o insólito e o absurdo existencial. Este ensaio propõe uma nova leitura da obra a partir da noção de reificação, tal como ela se manifesta nos espaços físico e socioeconómico, na interioridade das personagens e nas dinâmicas das relações interpessoais. Sustento que a reificação generalizada neste universo ficcional revela uma visão profundamente distópica e fatalista do mundo.

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Biografia do Autor

  • Patrícia Martinho Ferreira, Brown University

    É licenciada em Estudos Portugueses, mestre em Teoria e Análise da Narrativa pela Universidade de Coimbra (Portugal), mestre em Ensino do Português como Língua Estrangeira pela Universidade do Porto (Portugal), e doutorada em Estudos Portugueses e Brasileiros pela Universidade de Brown (EUA), onde atualmente ensina literaturas e cinemas de Portugal e dos países africanos de língua portuguesa. É autora de Órfãos do Império: Heranças Coloniais na Literatura Portuguesa Contemporânea (Lisboa: ICS, 2021).

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Publicado

2025-12-23

Como Citar

Nenhum olhar: disforias de um universo em queda. (2025). Abril – NEPA UFF, 17(35), 71-88. https://doi.org/10.22409/36q26k02