Teoria Organizacional numa perspectiva crítica na formação de Sanitaristas para a Gestão em Saúde Coletiva
DOI:
https://doi.org/10.22409/eas.v1i1.9Resumo
O artigo tem por objetivo apresentar uma experiência teórico-prática no ensino das teorias organizacionais na formação de bacharéis em Saúde Coletiva. A resposta à questão – de que introdução às teorias das organizações o Sanitarista precisa em sua formação –, no contexto de um sistema universal de saúde e de proteção dos direitos sociais, implica uma aproximação ao pensamento crítico na grade curricular da disciplina, para pautar o aprendizado de uma administração política voltada para as transformações sociais e mudanças organizacionais dos serviços de saúde. O conteúdo programático da disciplina propicia discussões temáticas utilizando conceitos como liderança; autogestão, etnografia crítica, práticas organizacionais verticais e horizontais, modelos de gestão gerencial e societal, e a perspectiva histórica e multidimensional nas análises das organizações. Essas reflexões contribuem no fortalecimento dos processos de democratização da gestão das políticas públicas, na organização dos serviços públicos e na reconstrução das expressões da área de Política, Planejamento e Gestão em Saúde no campo de conhecimentos e práticas da Saúde Coletiva. Inclusive, por coerência com o referencial epistemológico do próprio campo da Saúde Coletiva.
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