Repensando as bases da administração pública brasileira: revisitando Guerreiro Ramos sob o olhar decolonial

Authors

  • FABIO MOITA LOUREDO Universidade do Grande Rio - Unigranrio

DOI:

https://doi.org/10.22409/eas.v4i1.43333

Abstract

Atualmente algumas “verdades” no conhecimento reproduzido e praticado no campo da administração pública brasileira são tomadas como universais. Percebe-se que grande parte das bases teóricas e reflexões acerca da Administração Pública como área de conhecimento são oriundas de um lócus de enunciação específico, ou seja, o lugar geopolítico e corpo-político do “sujeito”. Assim esse ensaio teórico se traduz em um esforço de reflexão sobre as bases teóricas da Administração Pública no Brasil frente à lacuna de interpretações calcadas no contexto brasileiro, sugerindo a revisitação da pessoa e da obra de Guerreiro Ramos e suas contribuições ao campo. Neste sentido, a revisitação da pessoa e da obra de Alberto Guerreiro Ramos sob o olhar da crítica decolonial é um movimento de reflexividade epistêmica que abre possibilidades de novas perspectivas que possam ampliar horizontes à produção de conhecimento no Sul como um projeto de resistência que auxilie a superação do lado mais obscuro da modernidade global - a colonialidade.

Downloads

Download data is not yet available.

References

Abrucio, F. L. (2010). Desafios contemporâneos para a reforma da administração pública brasileira. In Peters, B & Pierre, J (Eds), Administração Pública: Coletânea (pp. 537-548). São Paulo: UNESP.

Abdalla, M., & Faria, A. (2017). Em defesa da opção decolonial em administração/gestão. Cadernos EBAPE.BR, 15(4), 914-929.

Andion, C. (2012). Por uma nova interpretação das mudanças de paradigma na administração pública. Cadernos EBAPE.BR, 10(1), 01-19.

Ballestrin, L. (2013). América Latina e o giro decolonial. Revista Brasileira de Ciência Política, (11), 89-117.

Bauer, A; Faria, V., & Wanderley, S. (2019). Decolonialidade, border thinking e organizações: as contribuições de Guerreiro Ramos e Celso Furtado. Cuadernos de Administración, 32(58).

Bresser-pereira, L. .C., & DIB, L. (2019). Guerreiro Ramos cassado duas vezes. In Cavalcanti, B. .S & Lustosa da costa, F. .L (Eds), GUERREIRO RAMOS: ENTRE O PASSADO E O FUTURO (pp. 31-51). Rio De Janeiro: FGV.

Castro Gómez, S. (2005). La hybris del punto cero: ciencia, raza e ilustración en la Nueva Granada . Bogotá: Editorial Pontificia Universidad Javeriana.

Corrêa, V & Passador, C. S. (2019). O campo do conhecimento em administração pública no Brasil: uma análise a partir do olhar do Guerreiro Ramos . Brasília: ENAP.

Denhardt, R. (2012). Teorias da Administração Pública . São Paulo: Cengage Learning.

Fischer, T. (1984). Administração pública como área de conhecimento e ensino: a trajetória brasileira. Revista de Administração de Empresas, 24(4), 278-288.

Grosfoguel, R. (2008). Para descolonizar os estudos de economia política e os estudos pós-coloniais: Transmodernidade, pensamento de fronteira e colonialidade global. Revista Crítica de Ciências Sociais, 115-147.

Gurgel, C. R. M. (2017). Para Além da Reforma do Estado. Administração Pública E Gestão Social, 1(3), 159-170.

Lustosa da Costa, F. (2008). Brasil: 200 anos de Estado; 200 anos de administração pública; 200 anos de reformas. Revista de Administração Pública, 42(5), 829-874.

Lustosa da costa, F. L. & Cavalcanti, B. S. (2019). Pioneirismo e atualidade na obra de Guerreiro Ramos. In Lustosa da costa, F.L & Cavalcanti, B.S. (Eds), GUERREIRO RAMOS: ENTRE O PASSADO E O FUTURO (pp. 15-27). Rio de Janeiro: FGV.

Lustosa da costa, F. L. (2019). Prefácio. In Corrêa, V & Passador, C. S. (Eds), O campo do conhecimento em administração pública no Brasil: uma análise a partir do olhar do Guerreiro Ramos (pp. 7-11). Brasília: ENAP.

Maia, J. M. E. (2010). O pensamento social brasileiro e a imaginação pós-colonial. Revista Estudos Políticos (1): 64–78.

Maldonado-Torres, N. (2008). A topologia do Ser e a geopolítica do conhecimento. Modernidade, império e colonialidade. Revista Crítica de Ciências Sociais (80): 71-114.

Martins , P. E. M.; Gurgel, C., Lima, D., Darbilly, L., Justen, A., Santos, C. (2013). Referências aos Clássicos Interpretativos do Brasil no Pensamento Acadêmico Contemporâneo sobre Administração Pública. In Martins, P. E. M & Gurgel, C (Eds), Estado, organização e pensamento social brasileiro (pp. 13-40). Niterói: EDUFF.

Miglievich-Ribeiro, A. (2014). Por uma razão decolonial: Desafios ético-político-epistemológicos à cosmovisão moderna. Civitas - Revista de Ciências Sociais, 14(1), 66-80

Mignolo, W. (2003). Historias locales/disenos globales: colonialidad, conocimientos subalternos y pensamiento fronterizo. Espanha: Akal.

Mignolo, W. D. (2014). Spirit out of bounds returns to the East: The closing of the social sciences and the opening of independent thoughts. Current Sociology, 62(4), 584–602.

Misocsky, M. C. (2004). Uma defesa da reflexão teórico-crítica na pesquisa e prática da administração pública. In: Anpad. Anais do Encontro Nacional de Administração Pública e Governança, 1 – 15.

Nef, J.(2010). Administração pública e reforma do setor público na América Latina. Peters, B & Pierre, J (Eds), Administração Pública: Coletânea (pp. 513-536). São Paulo: UNESP.

Rocha-de-Oliveira, S., & Ferreira, C. (2013). Voltando para casa: (re)encontrando Guerreiro Ramos, Tragtenberg e Prestes Motta. Cadernos EBAPE.BR, 11(3), 491 a 499.

Paes de Paula, A. P. (2014). Por uma Nova Gestão Pública. Rio de Janeiro: FGV.

Prado Júnior, C. (1980). Evolução política do Brasil e outros estudos. (12 ed.). São Paulo: Brasiliense.

Quijano, A. (2012). América Latina en la economía mundial. Problemas Del Desarrollo. Revista Latinoamericana de Economía, 24(95).

Quijano, A. (2005). Colonialidade do poder, Eurocentrismo e América Latina. In Lander, E (Ed), La colonialidad del saber: eurocentrismo y ciencias sociales (pp. ). Buenos Aires: CLACSO.

Sousa Santos, B. (2006). Conocer desde el Sur: Para una Cultura Política Emancipatoria. Lima: FCS/UNMSM.

Segrera, F. L. (2005). Abrir, “impensar” e redimensionar as ciências sociais na América Latina e Caribe: É possível uma ciência social não eurocêntrica em nossa região? . In Lander, E (Ed), La colonialidad del saber: eurocentrismo y ciencias sociales (pp. ). Buenos Aires: CLACSO.

Tenório, F. (2010). O drama de ser dois: um sociólogo engravatado. Organizações & Sociedade, 17(52), 29-46.

Wanderley, S. (2015). Estudos organizacionais, (des)colonialidade e estudos da dependência: as contribuições da Cepal. Cadernos EBAPE.BR, 1(4), 237 a 255.

Wanderley, S., & Barros, A. (2019) Decoloniality, geopolitics of knowledge and historic turn: towards a Latin American agenda. Management & Organizational History, 14:1, 79-97.

Zwick, E., Teixeira, M., Pereira, J., & Vilas Boas, A. (2012). Administração pública tupiniquim: reflexões a partir da Teoria N e da Teoria P de Guerreiro Ramos. Cadernos EBAPE.BR, 10(2), 284-301.

Published

2021-01-04