O que quer, o que pode essa língua?: narrativas do corpo na poesia e na prosa de Glauco Mattoso
DOI:
https://doi.org/10.22409/rg.v10i2.24Resumo
Este texto aborda a obra literária do poeta e escritor, considerado maldito ou marginal, Glauco Mattoso, mapeando as narrativas sobre os corpos que estão aí presentes. Seus escritos de cunho memorialístico ou autobiográfico vão desenhando vários corpos não só para si, como para aqueles que com ele se relacionam. Corpos desenhados mais pela remissão a outros sentidos que não a visão. Corpos masculinos, centrados nos pés, nos órgãos sexuais e no ânus. Corpos sem rosto, corpos fragmentados. Corpos que rompem em seus desejos e em suas práticas eróticas os binarismos de gênero, a heteronormatividade e a centralidade dos genitais e da própria sexualidade no campo do prazer. Corpos que emergem em narrativas que transgridem não só as normas sociais, como as próprias normas literárias. Corpos construídos e consumidos com o uso da língua.