Anne Brontë: a voz esquecida da Literatura Inglesa
DOI:
https://doi.org/10.22409/rg.v6i1.204Resumo
A idéia central deste ensaio é apontar as ligações entre três escritoras do século XIX: Emily, Charlotte e Anne Brontë, irmãs inglesas de grande talento
literário e desbravadoras de um universo atpe então proibido às mulheres. Ao fazê-lo, buscaram esconder-se no início sob pseudônimo masculino, seguindo o exemplo de outras mulheres da mesma fase, tais como George Eliot e George Sand. As confusões criadas pelos leitores e principalmente pela crítica em torno da autoria real de seus romances levaram-nas a assumir suas identidades verdadeiras e abandonar os disfarces de Acton, Currer e Elis Bell, tornando-se respectivamente Anne, Charlotte e EmilY Brontë. A esta altura, entretanto, o sucesso de Currer Bell (Charlote Brontë) já se espalhara por toda a Inglaterra e atingira a América, com o romance Jane Ayre que, apesar das críticas controversas e principlamente moralistas que lhe foram dirigidas, rapidamente caiu na preferência do grande público leitor. O mesmo aconteceria com Wuthering Heights alguns anos mais tarde. Anne BRontë, entretanto, apesar de ser escritora igualmente talentosa, não foi festejada. Muito ao contrário, recusada pela crítica moralista e mais tarde pela literária, permaneceu por todos esses anos no território do esquecimento. Este trabalho tenta elucidar as razões do ostracismo a que tantas gerações a condenaram e recuperá-la através de suas obras (Agnes Grey e The Tenat of Wildfell Hall) e sua biografia urdida à sombra das irmãs.