O conceito de chefia nas pesquisas domiciliares através do recorte por sexo e presença do cônjuge - uma contribuição à discussão da "feminização da pobreza"
DOI:
https://doi.org/10.22409/rg.v4i2.246Resumo
Nos últimos anos, tem-se verificado nas pesquisas domiciliares um aumento da proporção de mulheres chefes de família ou domicílio. Isto é um reflexo de transformações na sociedade, em que as mulheres, ao ingressarem no mercado de trabalho, cada vez mais têm contribuido para a provisão do sustento familiar, além de exercerem as funções de mães e esposas. A ausência de cônjuge é uma característica marcante entre os domicílios de chefia feminina que, associada à questão da maior vulnerabilidade econômica das mulheres e à presença de crianças, o que aumenta a razão de dependência, tem levado à afirmação de que os domicílios chefiados por mulheres seriam os que apresentariam maior probabilidade de serem pobres. Dessa forma, a discussão sobre o conceito da variável chefe de família/domicílio, que nas pesquisas domiciliares do IBGE apresentam denominações diferentes para o mesmo conceito, torna-se crucial para a compreensão do fenômeno. Para isso, foi feito um estudo desta variável nos Censos de 1991 e 2000 e para as PNADS a partir de 1990, desagregando as informações de chefia de acordo com o sexo e a presença de cônjuge. Em função da importância do conceito de cheia nos estudos de pobreza e gênero, foi elaborada uma seção que discute o tema de feminização da pobreza, considerando o avanço da chefia feminina no caso brasileiro.
Palavras-chave: gênero; chefe de família;feminização da pobreza