Sobre homens, cavalos e corações selvagens: a "civilização" e a masculinidade hegemônica na identidade dos Estados Unidos na guerra do Iraque.

Autores

  • Diego Santos Vieira de Jesus Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.22409/rg.v12i2.421

Palavras-chave:

Estados Unidos, guerra do Iraque, civilização, masculinidade hegemônica.

Resumo

O objetivo é examinar como os conceitos de “civilização” e de masculinidade
hegemônica atuaram no processo de construção da identidade
norte-americana por ocasião da guerra do Iraque de 2003. O argumento
central é o de que ambos os conceitos operaram como mecanismos discursivos
historicamente contingentes que localizaram espaço-temporalmente
a diferença para a preservação da integridade do Eu e o seu autoconhecimento
na relação com seu próprio entendimento do que a objetividade
deve ser. No caso da guerra do Iraque, a consolidação das noções de
progresso e “bom governo” no conceito de “civilização”, em contraposição
à “barbárie”, à “selvageria”, à “tirania” e ao “radicalismo” de “Estados-pária”,
como o Iraque, resultou da necessidade de fortalecimento da coesão da
identidade norte-americana.Legitimou-se, assim, a intervenção visando
à proteção de cidadãos em relação a governos opressores. A masculinidade
hegemônica ligada à violência e ao heroísmo – personificada na
imagem de força e de bravura do cowboy– operou interativamente em tal
conceito,simbolizando o poder da “civilização” contra forças “selvagens” e
“fora da lei” que trariam desordem. Representações alternativas à masculinidade
hegemônica personificada na imagem do cowboy – como as masculinidades
europeias baseadas na diplomacia e na moderação – foram
depreciadas e associadas à fraqueza e à feminilidade.

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Publicado

2013-04-04

Edição

Seção

ARTIGOS