UMA PERSPECTIVA CRÍTICA DAS POLÍTICAS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL A PARTIR DAS REPERCUSSÕES DAS PRÁTICAS E DISCURSOS AMBIENTALISTAS NA VIDA DAS AGRICULTORAS NORTE-MINEIRAS

Autores

  • Ana Louise de Carvalho Fiúza Universidade Federal de Viçosa

DOI:

https://doi.org/10.22409/rg.v2i2.455

Resumo

Este artigo enfoca as contradições presentes nos projetos e políticas de desenvolvimento sustentável, no que diz respeito às representações sociais de genêro, as quais enfatizam uma condição essencialista da mulher na agricultura e face aos recursos naturais. Objetivou-se construir uma perspectiva crítica destas concepções naturalizadoras do papel social da mulher rural, buscando-se evidenciar sua condição de sujeito, revelada nas escolhas e julgamentos que faziam das estratégias, práticas e experiências que consideravam mais proveitosas e aceitáveis nestes projetos, e qual o lugar ocupado por elas, de fato, dentro dos mesmos. Para melhor compreendermos  a forma como as concepções sobre relações de genêro que informam as políticas e projetos de desenvolvimento sustentável interferem na vida da mulher rural, na sua carga de trabalho, oportunidade de inserção social, autonomia econômica, realização pessoal e, principalmente, na forma como elas próprias interpretam suas vivências com práticas auto-sustentáveis e definem sua identidade, faremos um estudo de caso na zona rural de Porteirinha, Vale do São Francisco, norte de Minas Gerais. Esta micro-região apresenta uma característica distintiva em relação ao contexto regional mais amplo dentro do qual está inserida, no que diz respeito ao crescimento populacional no meio rural. Tal fato não pode ser entendido apenas em decorrência da presença de projetos de desenvolvimento sustentável nesta micro-região, tampouco pelo caráter sazonal e regular da seca que faz renascer a cada estação das águas a esperança de uma colheita farta, mas deve, antes, ser visto associado às estratégias reprodutivas construídas pelas mulheres rurais, com base em relações sociais tecidas a partir das práticas vinculadas ao Dom e Contra-Dom.

 

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Publicado

2013-12-18

Edição

Seção

ARTIGOS