TRAVESTIS E QUIMERAS: NOTAS SOBRE CORPORALIDADES ABJETAS
Resumo
Neste artigo, refletimos sobre corpo e gênero a partir de uma analogia entre a travestilidade e a potência ético-política da quimera. A bibliografia investigada privilegia etnografias sobre a população trans brasileira, mais especificamente as travestis. Organizamos nossos argumentos em três eixos: primeiro, discutimos as técnicas de construção corporal, problematizando a noção de corpos “naturais” e “montados”; depois, propomos uma discussão sobre binarismo de gênero e suas dissidências, passabilidade e visibilidade
social; no último eixo, analisamos os efeitos ético-estéticos da travestilidade a partir dos conceitos de excesso, fragmento e monstruosidade. Em conclusão, afirmamos ser possível pensar um “quimerismo travesti”