Análise de fatores determinantes do endividamento familiar
comparativo entre as regiões Sudeste e Centro-Oeste do Brasil
Resumo
No Brasil, mais propriamente a partir dos anos 2000, o mercado de crédito foi abrindo mais espaço para que as famílias de baixa renda tivessem acesso ao mesmo, sendo ele de diversas formas, e pudessem consumir bens que anteriormente seria apenas desejado e não adquirido. No entanto, com o aumento da oferta de crédito pessoal também aumentou o endividamento e/ou a inadimplência familiar, tornando-se um dos problemas que a população brasileira enfrenta até hoje. A metodologia da pesquisa consiste em análises descritivas dos dados coletados através de fontes como o Serasa, a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) disponibilizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviço e Turismo (CNC), entre outros órgãos de pesquisa. Um dos resultados que vem sendo analisado é o uso do cartão de crédito no dia a dia das famílias. O cartão de crédito já foi muito utilizado para compras parceladas de bens duráveis e bens que tinham um valor maior, para assim, poder adquirir e parcelar esse item. Percebe-se que ao longo dos anos, o cartão de crédito foi sendo utilizado para outros fins, como por exemplo para compras em supermercados, o que mostra que os brasileiros estão procurando alternativas para suprir a perda de poder de compra, ocasionada pela inflação atual. Outro fator de influência é o financiamento para bens como veículos, casas, apartamentos, em que os bancos cedem o crédito, em troca de altas taxas de juros. Podemos observar que o endividamento na maioria das vezes é consequência de uma má utilização do crédito recebido, mas também influenciado por fatores externos que levam ao descontrole nos gastos das famílias. Neste estudo realizado, o objetivo é mostrar os determinantes do endividamento familiar, mas com um recorte regional entre o Sudeste e Centro Oeste do Brasil. Isto se dá pelo fato de que essas regiões têm endividamento e inadimplências distintas. O Sudeste ao longo dos anos 2000, vem apresentando altos índices de endividamento familiar, em contrapartida, o Centro Oeste, em média, tem índices menores que as demais regiões do país. Portanto, essa pesquisa consiste em destacar os determinantes para o endividamento, ou seja, fatores que levam as famílias a gastarem além do que está dentro do seu orçamento; fatores estes que podem ser psicológicos, vícios em consumo, redução na renda nominal e real, além de outras variáveis.
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