FISIONOMIA DA VEGETAÇÃO E A VALORAÇÃO CÊNICA DE PAISAGENS EM TURMAS DE GRADUAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO - UFRRJ
Resumo
A análise cênica da paisagem é de grande valor para a gestão de territórios e pode ser aplicada para o uso público, para o aproveitamento de áreas de lazer, para a educação ambiental, para atividades ao ar livre e de contato com a natureza. Com o objetivo de estudar o efeito de fitofisionomias florestais na valoração de qualidade visual da paisagem, foi realizado um ensaio, com alunas e alunos de três turmas de graduação da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, considerando a hipótese de que paisagens florestais são mais valorizadas do ponto de vista cênico. A avaliação se deu através da utilização de slides com paisagens com e sem formações florestais. Durante a projeção, cada aluno (a) preencheu um formulário, onde era atribuído um valor a cada imagem. Posteriormente foi analisado se havia diferença significativa entre as médias das notas dadas em cada questão através do software estatístico “R”. O teste estatístico t comprovou que há uma diferença entre as notas médias das imagens com e sem formação florestal como componente de paisagem, a um nível de significância de 5%. Com isso, pôde-se observar a predileção, para todas as turmas pesquisadas, por paisagens onde as fitofisionomias florestais atuam como componente cênico. Estes resultados confirmam estudos anteriores, que verificaram uma maior valoração para as paisagens com formações florestais. Esta informação pode servir de subsídio em trabalhos de educação e no planejamento e na gestão de parques e outras áreas para uso público.
Downloads
Referências
BASTARZ, C.; BIONDI, D. Aplicação do Método Q para a valoração da paisagem de Morretes, Paraná, Brasil, como subsídio ao planejamento do turismo. Revista Turismo em Análise, São Paulo, v. 22, n. 3, p. 651-680, dez. 2011.
BERNALDEZ, F. G. Ecologia y paisage. Barcelona: H. Blume, 1981. 251p.
BOBROWSKI, R.; VASHCHENKO, Y.; BIONDI, D. Qualidade visual da paisagem do Parque Natural Municipal Tanguá, Curitiba – PR. Revsbau, Piracicaba, v.5, n.2, p.19-39, 2010. Disponível em: <<http://www.revsbau.esalq.usp.br/artigos_cientificos/artigo122-publicacao.pdf>> Acesso: dez. 2013.
ESPANHA. Secretaria de Estado para las Políticas del Agua y el Medio Ambiente. Paisage. In:
________. Guía para la elaboración de estudios del medio físico: Contenido y Metodologia. Madrid: MOPT. 2004. p. 481 - 504.
LA BLACHE, P. V. Princípios de Geografia Humana. 2 ed. Lisboa: Cosmos, 1954. 241p.
MARENZI. R. C. Estudo da valoração da paisagem e preferências paisagísticas no município da Penha - SC. 1996. 135 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais) Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal - Setor de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Paraná, Porto Alegre. 1996. Disponível em: <http://dspace.c3sl.ufpr.br/dspace/handle/1884/29020?show=full> Acesso em: jan.2014.
MARENZI. R. C.; RODERJAN. C. V. Estrutura espacial da paisagem da morradia da Praia Vermelha (SC): subsídio à ecologia da paisagem. Floresta, Curitiba, v. 35, n. 2, p. 259-269, mai./ago. 2005. Disponível em: <http://www.bdpa.cnptia.embrapa.br/busca?b=ad&id=313084&biblioteca=vazio&busca=autoria:%22MARENZI,%20R.%20C.%22&qFacets=autoria:%22MARENZI,%20R.%20C.%22&sort=&paginacao=t&paginaAtual=1> Acesso em: dez.2013.
MOTA, J. A. O valor da Natureza: Economia e política dos recursos ambientais. Rio de Janeiro: Garamond, 2009. 200p.
OLIVEIRA, M. O. e GRIFFITH, J. J. Levantamento dos recursos visuais do Parque Florestal Estadual do Rio Doce. In: Universidade Federal de Viçosa. Plano Diretor do Parque Florestal Estadual do Rio Doce. Viçosa: Departamento de Engenharia Florestal/Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais, vol. 1, p. 84-92, 1987.
PIRES, P. S. Avaliação da qualidade visual da paisagem na região carbonífera de Criciúma – SC. 1993. 72 f. Dissertação (Pós- graduação em Engenharia Florestal)- Setor de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Paraná, Curitiba.
PIRES, P. S. A análise de indicadores da qualidade visual como etapa da caracterização de paisagens turísticas: uma aplicação no distrito-sede de Porto Belo-SC. Turismo-Visão e Ação, Fazenda, v. 7, n. 3, p. 417-426, 2005.
RISSO, L. C. Paisagens e Cultura: uma reflexão teórica a partir do estudo de uma comunidade indígena amazônica. Espaço e Cultura, Rio de Janeiro, n. 23,p. 67-76. Jan./Jun. de2008.
VIEIRA, C. H. S. D.; KOZERA, C.; BIONDI, D. Preferência visual de paisagens de Parque Municipal do Passaúna, Curitba. Paisagem e Ambiente, São Paulo, n. 24, p. 421-430, 2007.