IMPACTOS DA UTILIZAÇÃO DA TRILHA PARA A PISCINA DO CAIXA D’AÇO NO PARQUE NACIONAL DA SERRA DA BOCAINA, PARATY (RJ)

Autores

  • Luana de Almeida Rangel Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • Marcelo Aurélio Pereira da Silva Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • Antonio José Teixeira Guerra Universidade Federal do Rio de Janeiro

Resumo

As Unidades de Conservação (UCs) são áreas naturais delimitadas e protegidas por lei, visando à preservação dos recursos naturais e da biodiversidade. Como, normalmente, os atrativos naturais das UCs estão localizados em áreas de difícil acesso, se faz necessária abertura de trilhas. Quando não ocorre planejamento para sua implementação e o uso é intensivo, diversos impactos negativos no solo e no ecossistema podem ser observados, como a compactação, diminuição da porosidade e da percolação de água. Nesse contexto, esta pesquisa tem como objetivo analisar o impacto da utilização da trilha que leva à Piscina Natural do Caixa D’Aço localizada no Parque Nacional da Serra da Bocaina (PNSB), no município de Paraty (RJ). O PNSB foi escolhido como área de estudo por ser uma das maiores UCs no bioma Mata Atlântica e por estar sofrendo pressão direta da expansão urbana e do aumento da atividade turística. Para isso, foram coletadas amostras de solo em três pontos da trilha nas profundidades de 0-10 cm. Foram analisadas a textura - método de dispersão de partículas; a densidade do solo e de partículas; e a porosidade. Para cada análise foram feitas três repetições, a fim de realizar teste estatístico. A partir da pesquisa descritiva de observação dos impactos e das análises físicas do solo, concluiu-se que o aumento da visitação turística, quando não é bem planejado e/ou gerido, está impactando negativamente nas condições da trilha e há necessidade de implementação de novas estruturas de manejo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Luana de Almeida Rangel, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Doutoranda em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Integrante do LAGESOLOS

Marcelo Aurélio Pereira da Silva, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Graduando em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Integrante do LAGESOLOS

Antonio José Teixeira Guerra, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Professor Titular do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Rio de Janeiro – Coordenador do LAGESOLOS

Referências

ALMEIDA, F. F. M. Os fundamentos geológicos do relevo paulista. Boletim do Instituto de Geologia, São Paulo, v.41, p.169- 263, 1964.

ANDRADE, J. V. Turismo: Fundamentos e dimensões. São Paulo: Ed. Ática, 1997.

ANDRADE, W. J. Manejo de trilhas para o ecoturismo. In: NEIMAN, Z. &MENDONÇA, R. Ecoturismo no Brasil. São Paulo: Manole, 2005.

COELHO NETO, A. L.; DANTAS, M. E. Recursos hídricos. In: MITCHELL, G. (Org.), Relatório final do projeto Mata Atlântica, UFRJ/FURNAS. Centrais Elétricas S.A./Fundação BIO-RIO, cap. IV, p. 110-149, 1995.

COLE. Minimizing Conflict between Recreation and Nature Conservation. In: SMITH, D.S. e HELLMUND, P.C. (org). Ecology of Greenways: Design and Function of Linear Conservation Areas. Univ. of Minnesota Press, Minneapolis, MN, 1993. p. 105 -122.

EMBRAPA. Manual de métodos de análise de solos. DONAGEMMA, G. K.; CAMPOS, D. V. B.; CALDERANO, S. B.; TEIXEIRA; W. G.; VIANA, J. H. M. (Org.). Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 2011. 230 p.

GUERRA, A. J. T.; BEZERRA, J. F. R.; LIMA, L. D. M.; MENDONÇA, J. K. S.; GUERRA, T. T.; BUHMANN, C.; PATERSON, D. G.; PIENAAR, G.; NELL, J. P.; MULIBANA, N. E.; DEVENTER, P. W. V.; FULLEN, M. A. Land rehabilitation with the use of biological geotextiles, in two different countries. Sociedade & Natureza, Uberlândia: EDUFU, v. 22, n 3, p. 431-446, 2010.

GUERRA, A. T.; GUERRA, A. J. T. Novo dicionário geológico-geomorfológico. 9. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2013.

GUERRA, A. J. T., BEZERRA, J. F. R., FULLEN, M. A., J. K. S. MENDONÇA, J. K. S., JORGE, M. C. O. The effects of biological geotextiles on gully stabilization in São Luís, Brazil. Natural Hazards, v. 75, p. 2625-2636, 2015.

ICMBIO. Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra da Bocaina. 2002. Disponível em: http://www.icmbio.gov.br/parnaserradabocaina/extras/62-plano-de-manejo-e-monitorias.html. Acesso: 10 mar. 2015.

KIEHL, E. J. Manual de edafologia, relações solo-planta. São Paulo: Ceres, 1979.

KROEFF, L. L. Contribuição metodológica ao planejamento de trilhas ecoturísticas no Parque Nacional da Serra dos Órgãos (PARNASO), RJ. 2010. 199f. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2010.

LEMOS, R. C.; SANTOS, R. D. dos. Manual de descrição e coleta de solo no campo. Sociedade Brasileira de Ciência do Solo – Centro Nacional de Pesquisa de Solos: Campinas, 1996.

LIMA, L. D. da M. Suscetibilidade à Erosão dos Solos nas Sub -bacias do médio e alto cursos da Bacia do Rio Macaé / RJ. 127 f. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Instituto de Geociências - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Geociências, Rio de Janeiro, 2008.

MAGANHOTTO, R. F.; SANTOS, L. J. C.; SOUZA, L. C. P.; MIARA, M. A. Variação dos atributos físicos do solo devido ao trânsito de pessoas em trilha localizada na Região de Paranaguá – Pr. Revista Geografar, Curitiba, v. 5, n. 2, p. 94-114, jul./dez. 2010.

MMA (Ministério do Meio Ambiente). Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). 2000. MMA, SNUC, Brasília.

OLIVEIRA, J. G. R.; FILHO TAVARES, J.; BARBOSA, G. M. C. Qualidade física do solo das trilhas do parque estadual do Cerrado – PR. Ciências Agrárias, Londrina, v. 34, n. 4, p. 1715-1722, 2013.

PONÇANO, W. L. et. al. Mapa geomorfológico do Estado de São Paulo; escala 1:1.000.000. São Paulo. Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, 1981.

RANGEL, L. A. O Impacto da Utilização de Trilhas na Área de Proteção Ambiental de Cairuçu - Paraty – Rio de Janeiro. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Geociências, Rio de Janeiro: PPGG UFRJ, 2014 186f.

RANGEL, L. A.; GUERRA, A. J. T. Degradação de trilhas na Reserva Ecológica da Juatinga em Paraty – Rio de Janeiro. Revista Ambiente & Água, v.9, p.752 - 766, 2014.

SCHENINI, P. C.; COSTA, A. M.; CASARIN, V. W. Unidades de Conservação: aspectos históricos e sua evolução. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CADASTRO TÉCNICO MULTIFINALITÁRIO. Florianópolis: UFSC, 2004. 7p.

SIMIQUELI, R. F.; FONTOURA, L. M. Manejo de trilhas: estratégias para a conservação ecológica em áreas naturais protegidas. Anais do VIII Congresso de Ecologia do Brasil, 23 a 28 de Setembro de 2007, Caxambu – MG. CD-ROM.

TAKAHASHI, L. Y. Caracterização dos visitantes, suas preferências e percepções e avaliação dos impactos da visitação pública em duas unidades de conservação do Estado do Paraná. 1998. 129f. Tese (Doutorado em Engenharia Florestal) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba.

Downloads

Publicado

2015-12-31