Escutar com o corpo imerso na lama

Cultivando comuns e mariscando ferramentas de cuidado feministas

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.22409/qmzqpg29

Palabras clave:

Clínica, Política, Feminismos, Violência contra a mulher, Comunidades Tradicionais

Resumen

Nesse artigo, que alinhava luta social e ambiental, abordamos três pistas-afirmações para mariscar uma político-clínica popular sustentada pela escuta entre e com mulheres, como prática feminista de geração e manutenção de comuns. Tais pistas-afirmações foram colhidas no acompanhamento a marisqueiras em seus territórios de vida por meio de uma rede de extensão-pesquisa que, desde 2019, trama com elas, mulheres na academia e mulheres de outros movimentos sociais, modos de conhecer, lutar e cuidar, entremeando-os. Seguindo os rumores das mulheres, dos manguezais, das águas e das terras sergipanas, estamos prestes a experimentar uma formação de escutadeiras, defensoras populares do corpo-território, tomando a escuta como estratégia político-clínica de lideranças femininas e feministas. O popular, aqui, ganha o sentido de abrir mão dos especialismos e da segurança da cidade universitária, para ganhar a confiança do chão em que se pisa, das águas em que se banha, da companhia entre mulheres que compartilham suas práticas de resistência. Mulheres que tecendo uma comunidade de (des)aprendizagem, escutam-se, reinventam-se, mulheres.

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Biografía del autor/a

  • Luísa Horn de Castro Silveira, Universidade Federal de Sergipe - UFS

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  • Michele de Freitas Faria de Vasconcelos , Universidade Federal de Sergipe - UFS

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Publicado

2025-12-11

Número

Sección

Dossiê Cultivando cuidado: experimentações ético-estético-políticas desde perspe