Juventude pobre e negra na mira: bio-necropolítica em saúde mental
Parole chiave:
Juventude, Drogas, Proibicionismo, Racismo.Abstract
O presente artigo defende a urgência do debate sobre os entraves causados pela falida guerra às drogas, reafirmada como política de Saúde através do decreto Nº 9.761, de 11 de abril de 2019. A partir de uma pesquisa bibliográfica e da experiência de estágio na rede de atenção psicossocial, utilizando como metodologia a genealogia e a cartografia, objetivamos afirmar os efeitos nefastos do proibicionismo em sua configuração fracassada. Nesse sentido, a guerra às drogas emerge como estratégia bio-necropolítica, tendo como consequência a maior institucionalização tanto pela ótica da patologização como da criminalização, notadamente de jovens pobres e negros do Brasil.
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