O que pode estar por trás dos valores e significados atribuídos ao TDAH em um contexto educacional neoliberal
Palavras-chave:
TDAH, Educação Neoliberal, Políticas de cognição, AtençãoResumo
Neste artigo o TDAH aparece como suspeita ou diagnóstico para justificar o fracasso escolar de alunos que não acompanham os ritmos e os focos de atenção colocados pela escola em um contexto neoliberal. O objetivo, portanto, constitui-se em refletir sobre questões que podem trazer respostas para os motivos pelos quais a escola contemporânea insiste numa concepção reducionista da cognição como representação de mundo, tratando-a como mera capacidade de solução de problemas, a partir das formas de disciplinarização dos corpos que surgem na modernidade e se perpetuam até os dias atuais até pesquisadores que pensam em políticas inventivas de cognição e ecologias da atenção como abertura para uma educação que se contrapõe ao produtivismo e a uma temporalidade apressada afinada com as demandas do capital que acabam por estigmatizar corpos cujos ritmos atencionais se contrapõem a essa lógica.
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