Trânsito ou mobilidade urbana? – uma análise do trabalho dos mototaxistas de Niterói (RJ/Brasil)

Résumé

O objetivo desse artigo é analisar as (i)mobilidades a que mototaxistas da cidade de Niterói (RJ/Brasil) são submetidos durante o seu trabalho. Esse artigo se deriva da etnografia realizada para minha tese de doutorado, em que acompanhei o trabalho desses mototaxistas durante um ano. Como ressaltarei, o serviço de moto táxi não era regularizado no momento em que fazia minha pesquisa e, por isso, uma das consequências era que esses agentes costumavam ser associados a categorias de acusação, tais como, ilegalidade, marginalidade e criminalidade. Além disso, com frequência os mototaxistas reclamavam dos “riscos” e “perigos” que eram expostos ao pilotar nas ruas. Nesse contexto, construir uma leitura própria do espaço urbano, exigir o reconhecimento do seu trabalho e pilotar com agilidade e rapidez (mas, também, com “confiança”, “segurança”, “atenção” e “malemolência”) são habilidades construídas por esses mototaxistas para superar as dificuldades de acesso e apropriações cognitivas que estão presentes enquanto barreiras de segregação social e espacial.
Palavras-Chave: Mobilidade, Trânsito, Segregação social e Mototaxista