"Iracema, uma transa amazônica": uma aventura estética de força política inventada em “cinema direto” na Amazônia

Autores

  • Naara Fontinele Université Sorbonne Nouvelle Paris 3 e Universidade Federal de Minas Gerais

Palavras-chave:

cinema brasileiro, cinema direto, invenção formal, contrainformação fílmica, Ditadura Militar Brasileira.

Resumo

Realizado em 1974, dez anos após o início da Ditadura Militar Brasileira e no auge da euforia desenvolvimentista do dito “milagre econômico brasileiro”, Iracema, uma transa amazônica, co-dirigido por Jorge Bodanzky e Orlando Senna (1974), coloca em cena um grande projeto do “Plano Nacional do Desenvolvimento” situado em região de Segurança Nacional, a inacabada rodovia Transamazônia. No gesto de abordar os problemas da região e de produzir imagens dotadas de um ponto de vista crítico, irônico e contestador, o filme define uma atitude de contra-informação fílmica. Diante das diversas problemáticas e caminhos de leitura suscitados por Iracema, uma transa amazônica, interessa-nos observar alguns momentos fortes do filme que proponho nomear, a partir de Jean Epstein, “momentos de verdade”. Através dessa via heurística, o artigo aborda algumas sequências do filme cujos “momentos de verdade” são matéria de reflexão crítica.

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Biografia do Autor

Naara Fontinele, Université Sorbonne Nouvelle Paris 3 e Universidade Federal de Minas Gerais

Naara Fontinele é pesquisadora, professora, educadora e curadora de cinema. Doutora em Estudos cinematográficos e Audiovisuais (Paris 3 – Sorbonne Nouvelle e UFMG) e integrante do Grupo de Pesquisa Poéticas da Experiência (PPGCOM/UFMG) e do Laboratoire International de Recherches en Arts (Paris 3). E-mail: fontinele.naara@gmail.com

Referências

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Publicado

2021-05-21