"Iracema, uma transa amazônica": uma aventura estética de força política inventada em “cinema direto” na Amazônia
Palavras-chave:
cinema brasileiro, cinema direto, invenção formal, contrainformação fílmica, Ditadura Militar Brasileira.Resumo
Realizado em 1974, dez anos após o início da Ditadura Militar Brasileira e no auge da euforia desenvolvimentista do dito “milagre econômico brasileiro”, Iracema, uma transa amazônica, co-dirigido por Jorge Bodanzky e Orlando Senna (1974), coloca em cena um grande projeto do “Plano Nacional do Desenvolvimento” situado em região de Segurança Nacional, a inacabada rodovia Transamazônia. No gesto de abordar os problemas da região e de produzir imagens dotadas de um ponto de vista crítico, irônico e contestador, o filme define uma atitude de contra-informação fílmica. Diante das diversas problemáticas e caminhos de leitura suscitados por Iracema, uma transa amazônica, interessa-nos observar alguns momentos fortes do filme que proponho nomear, a partir de Jean Epstein, “momentos de verdade”. Através dessa via heurística, o artigo aborda algumas sequências do filme cujos “momentos de verdade” são matéria de reflexão crítica.
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Referências
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