“Mas por que, afinal, as mulheres não sorriem?”: Jornalismo e as razões da (in) felicidade feminina

Autores/as

  • João Freire Filho Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • Tatiane Leal Universidade Federal do Rio de Janeiro

Palabras clave:

Jornalismo, Discurso, Representação, Felicidade, Feminismo

Resumen

Este artigo investiga as concepções de felicidade predominantes nas reportagens “O paradoxo da tristeza feminina” (2010), de Veja Especial Mulher, e “10 segredos para ser feliz” (2012), de Época. A falência do movimento feminista é apontada como causa de uma infelicidade feminina sem precedentes. As revistas utilizam a retórica do equilíbrio para mascarar um imperativo da obtenção da alta performance em diversas esferas, como o casamento, a maternidade, a beleza e o trabalho, revelando continuidades e descontinuidades em relação ao ideal tradicional de felicidade feminina.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

João Freire Filho, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Professor da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECO-UFRJ). Doutor e Mestre em Literatura Brasileira pela PUC-Rio. Realizou pós-doutorado sênior em Conunicação na UFMG, com bolsa do CNPq

Tatiane Leal, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Doutoranda e Mestre em Comunicação na linha de pesquisa Mídia e Mediações Socioculturais pela Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECO-UFRJ).

Citas

AHMED, Sara. The promise of hapiness. Durham: Duke University Press, 2010.

BASSANEZI, Carla. Revistas femininas e o ideal de felicidade conjugal (1945-1964). In: Cadernos Pagu, Campinas, v. 1, p. 111-148, 1993.

FALUDI, Susan. Backlash: o contra-ataque na guerra não declarada contra as mulheres. Rio de Janeiro: Rocco, 2001.

FREIRE FILHO, João. Apologias da ambição: a ética e a ciência do sucesso em VEJA e ISTOÉ. In: FREIRE FILHO, João & COELHO, Maria das Graças Pinto (eds.). Jornalismo, cultura e sociedade: visões do Brasil contemporâneo. Porto Alegre: Sulina, 2014, p. 13-29.

________. “Autoestima é tudo!”: anotações para um Dicionário de ideias feitas sobre a felicidade. In: FREIRE FILHO, João; RIBEIRO, Ana Paula Goulart; HERSCHMANN, Micael (eds.). Entretenimento, felicidade e memória: forças moventes do contemporâneo. Rio de Janeiro: Anadarco, 2012a, p. 15-64.

________. A tirania da positividade: formas e normas da vida feliz no Globo Repórter. In: GOMES, Itania Maria Mota (ed.). Análise de telejornalismo: desafios teórico-metodológicos. Salvador: UFBA, 2012b, p. 75-96.

________. O poder em si mesmo: jornalismo de autoajuda e a construção da autoestima. In: Famecos, Porto Alegre, v. 18, n. 3, p. 717-745, set./ dez. 2011a.

_______. Sonhos de grandeza: o gerenciamento da vida em busca da alta performance. In: FREIRE FILHO, João & COELHO, Maria das Graças Pinto (eds.). A promoção do capital humano: mídia, subjetividade e o novo espírito do capitalismo. Porto Alegre: Sulina, 2011b, p. 27-50.

________. A felicidade na era de sua reprodutibilidade científica: construindo “pessoas cronicamente felizes”. In: FREIRE FILHO, João (ed.). Ser feliz hoje: reflexões sobre o imperativo da felicidade. Rio de Janeiro: FGV, 2010, p. 49-82.

________. Como ser uma “adolescente liberada” no terceiro milênio. In: FREIRE FILHO, João. Reinvenções da cultura juvenil: os estudos culturais e a micropolítica do cotidiano. Rio de Janeiro: Mauad X, 2007, p. 111-162.

FRIEDAN, Betty. A mística feminina. São Paulo: Vozes, 1971.

FUREDI, Frank. Therapy culture: cultivating vulnerability in an uncertain age. Londres: Routledge, 2004

ILLOUZ, Eva. O amor nos tempos do capitalismo. Rio de Janeiro: Zahar, 2011.

MOSKOWITZ, Eva S. In therapy we trust: America's obsession with self-fulfillment. Baltimore: The Johns Hopkins University Press, 2001.

ROSE, Nikolas. Psicologia como uma ciência social? In: Psicologia & Sociedade, Florianópolis, v. 20, n. 2, p. 155-164, 2008.

SCHNOG, Nancy. Changing emotions: moods and the nineteenth-century American woman writer. In: PFISTER, John; SCHNOG, Nancy (eds.). Inventing the psychological: toward a cultural history of emotional life in America. New Haven: Yale University Press, 1997.

STEVENSON, Betsey; WOLFERS, Justin. The paradox of declining female happiness. In: American Economic Journal, v. 1(2), p. 190-225, ago. 2009.

TAYLOR, Charles. A ética da autenticidade. São Paulo: Realizações, 2011.

________. As fontes do self: a construção da identidade moderna. São Paulo: Loyola, 2013.

Revistas

BUSCATO, Marcela; MACHADO, Tonia; MENDONÇA, Martha; Ziemkiewicz, Nathalia. 10 segredos para ser feliz. Época. São Paulo: Globo, ed. 720, 5 mar. 2012, p. 72-79..

GUNN, Dwyer; STEVENSON, Betsey; WOLFERS, Justin. O paradoxo da tristeza feminina. In: Veja Edição Especial Mulher, São Paulo, p. 44-48, jun. 2010.

##submission.downloads##

Publicado

2015-12-16