O espaço nos quadrinhos: entre as formas diegética e gráfica
Palavras-chave:
Quadrinhos, cronótopo, estéticaResumo
O presente texto pretende discutir a respeito das duas formas de representação do espaço nos quadrinhos: pensando-o como forma diegética (integrada à narrativa) e como forma gráfica (integrada ao layout da história). Para tal, enumeramos as distintas formas de
representação desses dois tipos de espaço a partir de diferentes contribuições iniciais: para o estudo da representação dos espaços diegéticos, apoiamo-nos em autores do campo da teoria literária (Bakhtin, Zoran), do design visual (Kress e van Leeuwen) e dos quadrinhos
(Lefèvre). Quanto ao estudo dos espaços gráficos nos quadrinhos, apoiamo-nos nas propostas de Fresnault-Deruelle, Peeters e Groensteen. Na medida do possível tentamos enumerar exemplos de quadrinhos que correspondam à discussão aqui empreendida. Assim, de um lado,
percebemos como o espaço diegético nos quadrinhos é uma construção diegética conforme certos parâmetros de análise (ideológica, cultural); de outro, percebemos como o espaço gráfico pode ser um locus de problematização dos próprios quadrinhos como sistema semiótico.
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