Memórias em disputa na cobertura do caso Snowden: A reinvenção da autoridade jornalística na era digital

Autores

  • Ana Paula Goulart Ribeiro Professora PPGCOM-UFRJ
  • Rachel Bertol UFRJ PPGCOM-Doutoranda

DOI:

https://doi.org/10.22409/contracampo.v35i3.852

Palavras-chave:

autoridade jornalística, memória coletiva, Edward Snowden

Resumo

A cobertura jornalística do caso Snowden, que vazou documentos revelando a espionagem realizada pelo governo americano, é analisada neste trabalho a partir do conceito de incidente crítico (estabelecido por Zelizer), para a reconfiguração da autoridade jornalística. A partir do confronto de narrativas de memória, os jornalistas renegociam sua autoridade e estabelecem visões dominantes da história. O caso propiciou a formação de uma “comunidade interpretativa” que recriou um ideal profissional mesclando antigos paradigmas com elementos novos das práticas nas mídias digitais. A memória, especialmente em sua dimensão coletiva, é analisada a partir de conceitos sobre arquivamento, fragmentação e globalização. O caso mostra que as conexões entre memória e jornalismo adquiriram novos significados em relação ao que se estabeleceu na Modernidade.

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Biografia do Autor

Ana Paula Goulart Ribeiro, Professora PPGCOM-UFRJ

É formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (1990), tendo também cursado história na mesma instituição. Fez mestrado (1995) e doutorado (2000) em Comunicação e Cultura na Universidade Federal do Rio de Janeiro. É professora da Escola de Comunicação da UFRJ e coordenadora do Programa de Pós-Graduação. Foi responsável pela redação do livro Jornal Nacional: a notícia faz história e é autora do livro Imprensa e história no Rio de Janeiro dos anos 50. Organizou diversas coletâneas, como Mídia e Memória (com Lúcia Ferreira), Comunicação e História (com Micael Herschmann), Mikhail Bakhtin: linguagem, cultura e mídia (com Igor Sacramento) e História da Televisão no Brasil (com Igor Sacramento e Marco Roxo). Coordena o GP Televisãoe Vídeo da Intercom e o GT História da Mídia Audiovisual da Alcar (Associação Brasileira de Pesquisadores de História Mídia). Suas áreas de interesse e pesquisa são mídia, memória e história dos meios de comunicação. Atualmente, desenvolve as pesquisas "Imprensa e Mercado no Brasil: de 1945 aos anos 2000" e "História da Mídia e Itinerância das Imagens". Coordena o projeto "Memória do Jornalismo Brasileiro".

Rachel Bertol, UFRJ PPGCOM-Doutoranda

Doutora em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2016). Realizou Doutorado Sanduíche na Universidade de Princeton, nos EUA, entre setembro de 2014 e fevereiro de 2015. Bolsista da Fundação Biblioteca Nacional (2015-2016), integrando o Programa Nacional de Apoio à Pesquisa (Pnap), e pesquisadora do Núcleo de Estudos e Projetos em Comunicação (Nepcom-UFRJ), atuando no projeto Memória do Jornalismo Brasileiro, sob orientação da Professora Doutora Ana Paula Goulart Ribeiro. Possui graduação em Comunicação Social (jornalismo) pela UFRJ (1993) e Mestrado em Comunicação e Cultura pela mesma universidade (2003). Foi responsável pela redação do livro Memória de Repórter - Lembranças, casos e outras histórias de jornalistas brasileiros (décadas de 1950 a 1980), do Centro de Cultura e Memória do Jornalismo Brasileiro, editora da publicação Princípios Inconstantes, do Itaú Cultural, sobre jornalismo cultural, e coordenadora de publicações do Projeto de Homenagem ao Brasil na Feira do Livro de Frankfurt de 2013. Trabalhou por 15 anos no jornal O Globo (nas editorias de Economia, Política Internacional e Cultura, tendo sido editora assistente do suplemento de livros Prosa & Verso), além de colaborar para publicações como Valor Econômico, o jornal francês Le Monde e a revista bilíngue (inglês/francês) Europ.

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Publicado

2016-12-22

Edição

Seção

Ensaios Temáticos