Tensões entre o imaginário da publicidade e as representações da profissão feitas por trabalhadores de agências de Belo Horizonte-MG

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22409/contracampo.v0i0.38763

Palavras-chave:

Representações, Trabalho, Profissão, Publicitário, Agências de Publicidade

Resumo

O artigo busca identificar de que forma os pontos sugeridos por Everardo Rocha (1985) como legitimadores sociais da profissão publicitária são convocados pelos trabalhadores belorizontinos na lista “Como é trabalhar aí?”, um arquivo que circulou na internet com relatos das rotinas das agências. Teoricamente serão apresentados os elementos que constituem o imaginário da profissão e discutido as práticas comuns de trabalho. De caráter qualitativa, a pesquisa utilizou a análise de conteúdo para categorizar e identificar associações recorrentes nos relatos. Constate-se que os publicitários tecem um cenário negativo de abusos e exploração distante do que é representado socialmente para legitimar a profissão e que, apesar de distintos, ambas dimensões contribuem para a construção de sentidos de pertencimento a uma classe trabalhista.

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Biografia do Autor

Dôuglas Aparecido Ferreira, Universidade Federal de Mato Grosso Universidade Federal de Minas Gerais

Professor da Faculdade de Comunicação e Artes da Universidade Federal de Mato Grosso. Doutorando em Comunicação Social na Universidade Federal de Minas Gerais. Mestre em Comunicação Social - Interações Midiáticas pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (2015), com período sanduíche na Ural Federal University (UrFU - Ecaterimburgo - Rússia). Especialista em Gestão de Marcas e Identidade Corporativa pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (2013) e bacharel em Comunicação Social (Gestão da Comunicação Integrada) - Habilitado em Publicidade e Propaganda pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (2009). Membro do GRIS - Grupo de Pesquisa em Imagem e Sociabilidade (UFMG) e CICLO - Núcleo de Pesquisa em Comunicação, Política e Cidadania (UFMT). Vencedor do Prêmio ABRAPCORP de Teses e Dissertações em 2016.

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Publicado

2020-12-24 — Atualizado em 2021-02-03

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