Desejos Coloniais
A fantasia erótica de Gilberto Freyre no cinema brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.22409/contracampo.v41i1.52792Palavras-chave:
Cinema brasileiro, Colonialidade, DesejoResumo
Se em Xica da Silva (1976, Cacá Diegues) a fantasia erótica de Gilberto Freyre é acionada de modo a exaltar a luxúria e a violência do período colonial através de uma personagem negra sexualizada, em O Clube dos Canibais (2018, Guto Parente) ela sofre uma espécie de dobra, aludindo às tensões raciais do país a partir de cenas de sadismo dos brancos e do aniquilamento dos negros e mestiços. A partir dos escritos de Denise Ferreira da Silva (2006) sobre identidade brasileira e racialidade, pretendemos analisar a trajetória do desejo colonial no cinema brasileiro, especialmente, na produção contemporânea, que vem ressignificando a narrativa freyreana.Downloads
Referências
ALMEIDA, Silvio. O que é racismo estrutural?. Belo Horizonte: Letramento, 2018.
BATAILLE, G. O erotismo. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2014.
BUTLER, Judith. Relatar a si mesmo: crítica da violência ética. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2017
________. Vida precária: os poderes do luto e da violência. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2019.
CANTO de ave amazônica é o mais alto já registrado. Revista Planeta, 2019. Disponível em: <https://url.gratis/dxu9B>Acesso em: 20/05/2020.
DIEGUES, Cacá. Vida de cinema – antes, durante e depois do Cinema Novo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2014.
FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Salvador: EDUFBA, 2008
FREYRE, Gilberto. Casa-Grande & Senzala. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1987.
FREUD, S. Freud (1917-1920) "O homem dos lobos" e outros textos - Obras completas. São Paulo: Companhia das letras, 2010.
HASENBALG, Carlos. Copiando o senso comum. Opinião, n. 206, p. 19, 15 out. 1976.
MBEMBE, Achile. Necropolítica. Rio de Janeiro: Revista do PPGAV/EBA/UFRJ, n.32, 2016.
MUNANGA, Kabengele. Rediscutindo a mestiçagem no Brasil: identidade nacional versus identidade negra. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2019.
NASCIMENTO, Beatriz. A senzala vista da casa grande. Opinião, n. 206, p. 20-21, 15 out. 1976.
QUEEN, Mariana. As Xicas da Silva de Cacá Diegues e João Felício dos Santos: traduções e leituras da imagem da mulher negra brasileira. Dissertação (Mestrado em Meios e Processos Audiovisuais) – USP. São Paulo, 2017.
RODRIGUES, J. Carlos. O negro brasileiro e o cinema. 4 ed. Rio de Janeiro: Pallas, 2011.
SENNA, Orlando. “Preto-e-branco ou colorido: o negro e cinema brasileiro. Revista de Cultura Vozes, ano 73, v.LXXIII, n.3, p.211-26, 1979.
SCHUCMAN, Lia V. Entre o “encardido”, o “branco” e o “branquíssimo”: Raça, hierarquia e poder na construção da branquitude paulistana. Tese (Doutorado em Psicologia) – USP. São Paulo, 2012.
SILVA, Denise F. da. À brasileira: racialidade e a escrita de um desejo destrutivo. Florianópolis: Estudos feministas, 2006.
SOVIK, Liv. “Chica da Silva: a irrupção da memória negra em um samba-enredo.” In: Palavra cantada: estudos transdisciplinares. Rio de Janeiro: Editora UERJ, 2014.
_______. Chica da Silva as Vulto Histórico: Brazilian Imaginaries and Gender Violence. Letterature d’America. Roma, anno XXXVII, n. 165, 2017.
XICA da Silva – genial? Racista? Digno do Oscar? Abacaxi? Opinião. n. 206, p. 18-21, 15 out. 1976.
YOUNG, R. Desejo Colonial - hibridismo em teoria, cultura e raça. São Paulo: Perspectiva, 2005.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Leon Orlanno Lôbo Sampaio, Angela Prysthon
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os autores retêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de publicar o seu trabalho pela primeira vez sob a licença Creative Commons (CC-BY), que permite o intercâmbio de obras e reconhecimento de autoria na revista.