Padronizar ou calar
produção de sentidos, violências simbólicas, normatizações e silenciamentos em discursos jornalísticos sobre sexualidade feminina
DOI:
https://doi.org/10.22409/contracampo.v42i1.52981Palavras-chave:
Sexualidade, Feminino, Violências simbólicas, Jornalismo, CorposResumo
O presente artigo debate, a partir de discursos jornalísticos publicados no jornal Folha de S. Paulo e na revista digital AzMina, como produções de sentidos sobre sexualidade feminina ainda padecem de lógicas que incorrem em normatizações e silenciamentos quanto a assuntos considerados tabus. Ao mesmo tempo, o texto reflete acerca de dinâmicas jornalísticas diferenciadas entre um veículo tradicional e outro designado de alternativo, o que é projetado nas formas como pautas são abordadas e na distinção dos respectivos discursos. Como suportes teóricos, discute-se Análise de Discurso, espiral do silêncio, critérios de noticiabilidade e construção social da realidade, além de temáticas atinentes a violências simbólicas ligadas à sexualidade das mulheres, às escolhas quanto ao seu próprio corpo e aos estereótipos que orbitam esse campo.
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