Sentidos preferenciais e mediações culturais: relevância das instituições família, trabalho e religião na recepção de narrativas jornalísticas
DOI:
https://doi.org/10.22409/contracampo.v43i2.59541Palavras-chave:
Recepção, Sentidos preferenciais, Mediações culturais, Histórias de vida, JornalismoResumo
Fruto de duas teses, o artigo visa compreender a força das instituições família, trabalho e religião na identificação de sentidos preferenciais — enquadramentos que o leitor usa para se vincular a uma mensagem — na recepção de narrativas jornalísticas. De fragmentos biográficos — memórias acionadas durante a aplicação de entrevistas em profundidade — extraídos de uma questão sobre história de vida, coincidente nas duas teses, discute-se a relevância das três instituições no cotidiano de 34 participantes. Os resultados apontam que essas comunidades de referência são identificadas já nas histórias de vida por: a) associação espontânea; b) associação estimulada; c) dissociação espontânea; e d) dissociação estimulada. Mediante tais categorias é possível identificar bases constituintes das mediações culturais, dimensões nas quais os sentidos se originam e se constituem via consumo midiático.
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