Sentidos preferenciais e mediações culturais: relevância das instituições família, trabalho e religião na recepção de narrativas jornalísticas

Autores

  • Kérley Winques Universidade Federal de Juiz de Fora
  • Hendryo Anderson André Universidade Estadual de Ponta Grossa

DOI:

https://doi.org/10.22409/contracampo.v43i2.59541

Palavras-chave:

Recepção, Sentidos preferenciais, Mediações culturais, Histórias de vida, Jornalismo

Resumo

Fruto de duas teses, o artigo visa compreender a força das instituições família, trabalho e religião na identificação de sentidos preferenciais — enquadramentos que o leitor usa para se vincular a uma mensagem — na recepção de narrativas jornalísticas. De fragmentos biográficos — memórias acionadas durante a aplicação de entrevistas em profundidade — extraídos de uma questão sobre história de vida, coincidente nas duas teses, discute-se a relevância das três instituições no cotidiano de 34 participantes. Os resultados apontam que essas comunidades de referência são identificadas já nas histórias de vida por: a) associação espontânea; b) associação estimulada; c) dissociação espontânea; e d) dissociação estimulada. Mediante tais categorias é possível identificar bases constituintes das mediações culturais, dimensões nas quais os sentidos se originam e se constituem via consumo midiático.

Biografia do Autor

Kérley Winques, Universidade Federal de Juiz de Fora

Doutora e mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina (PPGJOR/UFSC). Graduada em Jornalismo pela Universidade de Passo Fundo (FAC/UPF). Professora no curso de Jornalismo da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Membro do Comitê Editorial da revista Brazilian Journalism Research (BJR). Pesquisadora do Núcleo de Estudos e Produção Hipermídia Aplicados ao Jornalismo (NEPHI-Jor), inserido no Grupo de Pesquisa Hipermídia e Linguagem, vinculado ao CNPq. Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil. 

Hendryo Anderson André, Universidade Estadual de Ponta Grossa

Doutor em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Bolsista de pós-doutorado (PNPD/Capes) do Programa de Pós-Graduação em Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Curitiba, Paraná, Brasil. 

Referências

BONIN, J. A. Investigando memórias midiatizadas: questões metodológicas, pistas e constatações. In: 19º ENCONTRO ANUAL DA COMPÓS – Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação. Anais. PUC-RJ, Rio de Janeiro, 2010.

BONIN, J. A. Mídia e memórias: delineamentos para investigar palimpsestos midiatizados de memória étnica na recepção. Revista Fronteiras – Estudos Midiáticos, v. 8, n. 2, p. 133-143, maio/ago. 2006.

BONIN, J. A. Notas metodológicas relativas à pesquisa de recepção midiática. In: 22º ENCONTRO ANUAL DA COMPÓS – Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação. Anais. Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2013.

BOSI, E. Memória e sociedade: lembranças dos velhos. 3. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.

BRASIL. Censo Demográfico. População residente por religião. IBGE. 2010. Disponível em: https://sidra.ibge.gov.br/tabela/137. Acesso em: 29 dez. 2019.

CANCLINI, N. G. Culturas híbridas: estratégias para entrar e sair da modernidade. 4 ed. São Paulo: Edusp, 2019.

ESCOSTEGUY, A. C.; JACKS, N. Comunicação e recepção. São Paulo: Hackers Editores, 2005.

FRANCO, M.; LEVIN, F. El pasado cercano en clave historiográfica. In: LEVIN, F.; FRANCO, M. Historia reciente: perspectivas y desafios para un campo en construcción. Buenos Aires: Paidós, 2007. pp 1-18.

GASKELL, G. Entrevistas individuais e grupais. In: BAUER, M. W.; GASKELL, G. Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático. Petrópolis: Vozes, 2002. pp. 64-89.

GIDDENS, A. As conseqüências da modernidade. São Paulo: Ed. Unesp, 1991.

GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo, Atlas, 2008.

GOFFMAN, E. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2008.

GOMES, I. M. M. Metodologia de Análise de Telejornalismo. In: GOMES, I. M. M. (org.). Gênero televisivo e modos de endereçamento no telejornalismo. Salvador: Edufba, 2011. p. 17-47.

GÓMEZ, G. O. O telespectador frente à televisão. Uma exploração do processo de recepção televisiva. Communicare, São Paulo, v. 5, n. 1, p. 27-42, 2005.

GUERIN, Y. S. Trajetória dos receptores: histórias de vida e resgate das mediações. 2000. 135 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Informação, Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2000.

HALBWACHS, M. A memória coletiva. São Paulo: Centauro, 2006.

HALL, S. Da diáspora: identidades e mediações culturais. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2003.

JACKS, N. Querência: cultura regional como mediação simbólica – um estudo de recepção. Porto Alegre: Ed. Universidade/UFRGS, 1999.

JOHN, V. M. Mundos possíveis e telenovela: memórias e narrativas melodramáticas de mulheres encarceradas. 2014. 200 f. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Informação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2014.

MARIANI, D.; DUCROQUET, S. A expansão evangélica no Brasil em 26 anos. Nexo, 6 nov. 2017. Disponível em: https://bit.ly/2Z6gvPo. Acesso em: 18 dez. 2019.

MARTÍN-BARBERO, J. Dos meios às mediações: comunicação, cultura e hegemonia. 7. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2015.

MARTÍN-BARBERO, J. Dos meios às mediações: 3 introduções. MATRIZes, São Paulo, v. 12, n. 1, 2018.

MOSCOVICI, S. Representações sociais: investigações em psicologia social. 11. ed. Petrópolis: Vozes, 2015.

POLLAK, M. Memória, esquecimento, silêncio. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 2, n. 3, p. 3-15, 1989.

SENNETT, R. A corrosão do caráter: conseqüências pessoais do trabalho no novo capitalismo. 7. ed. Rio de Janeiro: Record, 2003.

SOUZA, J. Subcidadania brasileira: para entender o país além do jeitinho brasileiro. Rio de Janeiro: LeYa, 2018.

WOODWARD, K. Identidade e diferença: uma introdução teórica e conceitual. In: SILVA, T. T.; HALL, S.; WOODWARD, K. (org.). Identidade e diferença: a perspectiva dos Estudos Culturais. 15. ed. Petrópolis: Vozes, 2014. p. 7-72.

Downloads

Publicado

2024-08-30