“O Fuzzil aqui não mata, recita poesia”:
Processos de identificação a partir da poesia de Fuzzil
DOI:
https://doi.org/10.22409/1984-0292/v32i3/5719Palavras-chave:
Fuzzil, poesia, identidade negra, literatura periféricaResumo
Este artigo teve por objetivo analisar a literatura do poeta Fuzzil, de modo a identificar em seus textos representações acerca de seus momentos identitários. Para tanto, analisamos trechos de suas três obras, “Um presente para o gueto” (2007), “Caturra” (2012) e “Céu de Agosto” (2013), bem como uma entrevista com o autor. Verificou-se que à medida que o poeta é interpelado pelas artimanhas poéticas e negras de recitais periféricos e de autores e versadores negros, é também convocado a explorar possibilidades para suas articulações enquanto escritor e versador antes apenas timidamente tangenciadas. Constata-se, assim, em Fuzzil, a transformação de realidades massacrantes em poesia, por meio de novos significados, como formas ativas de localizar-se como produtor de si, de localizar-se como sujeito e de subverter a posição de invisibilidade pública e política – e, por que não, poética? – socialmente imposta aos seus antecessores e a muitos pares de sua época.
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