Um olhar errante sobre as intervenções urbanas em Porto Alegre

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22409/1984-0292/v33i3/5802

Palavras-chave:

cidade, intervenção urbana, narrativa, Porto Alegre, errância

Resumo

Este artigo tem por objetivo explorar as intervenções urbanas na cidade de Porto Alegre e seus efeitos sobre os modos de vida na cidade. Tais intervenções podem estar em sintonia com a arte urbana, o a(r)tivismo, o efêmero, o urbanístico, a arquitetura e os movimentos de ocupação dos espaços públicos. A metodologia é traçada através da cartografia e da errância, fazendo do corpo do pesquisador superfície aos acontecimentos. Constrói-se, assim, uma narrativa acerca das forças que compõem a cidade a partir dos efeitos de tais intervenções no tecido urbano. Frente aos imperativos homogeneízadores das cidades – atrelados às premissas do biopoder e da produção capitalística, captam-se efeitos de pausa em uma rotina acelerada, que possibilitam encontros e dissipam o medo urbano. As intervenções urbanas promovem a abertura de limiares que se fazem possibilidade de criação e defesa da potência de vida, entrelaçando-se à produção do novo nas subjetividades emergentes.

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Biografia do Autor

  • Guilherme Augusto Flach, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS

    Psicólogo graduado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2011). Especialista em terapia de família e casal pelo Centro de Terapia DOMUS/FACCAT e Mestre em Psicologia Social e Institucional pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Colaborador do grupo de pesquisa INTERVIRES: Pesquisa-Intervenção em Políticas Públicas, Saúde Mental e Cuidado em Rede do Instituto de Psicologia da UFRGS. Tem experiência na área de Psicologia Clínica (família, casal e individual) e sexualidade/gênero, em pesquisas na área da saúde mental com metodologia qualitativa (pesquisa-intervenção) e em políticas de subjetivação nas cidades contemporâneas.

  • Simone Mainieri Paulon, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS

    Psicóloga (PUCRS), especialista em Psicologia Social (PUCRS), com mestrado em Educação (UFRGS), doutorado em Psicologia Clínica (PUC-SP) e pós-doutorado no PPG de Psicologia UFRN com estágio de professora visitante no Dipartimento di Psicologia,dell?Alma Mater Studiorum, Università di Bologna. É professora associada da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, na qual orienta trabalhos de pesquisa e extensão junto ao laboratório de Políticas Públicas do departamento de Psicologia Social e Institucional, ao PPG de Psicologia Social, e coordena grupo INTERVIRES: Pesquisa-Intervenção em Políticas Públicas, Saúde Mental e Cuidado em Rede. Integra o corpo docente do PPG de Psicologia Institucional da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Compõe o Grupo de Trabalho “Políticas de Subjetivação e Invenção do Cotidiano” da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Psicologia (ANPEPP). Atua como editora associada da área de saúde mental junto à Revista Interface Comunicação, Saúde e Educação. Tem experiência na área de Psicologia e Saúde Coletiva, com ênfase em Intervenção Terapêutica e Saúde Mental.

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Publicado

2022-01-08

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Um olhar errante sobre as intervenções urbanas em Porto Alegre. Fractal: Revista de Psicologia, Rio de Janeiro, Brasil, v. 33, n. 3, p. 173–181, 2022. DOI: 10.22409/1984-0292/v33i3/5802. Disponível em: https://periodicos.uff.br/fractal/article/view/5802. Acesso em: 22 set. 2025.