Ecopsicossociologia: abordagens ecofeministas da pesca artesanal

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22409/1984-0292/v31i_esp/29053

Palavras-chave:

ecopsicossocial, ecofeminismo, comunidade, pesca artesanal, Arraial do Cabo

Resumo

Diante do cenário de crises e mudanças socioambientais, o objetivo é: (a) indicar a uma epistemologia ancorada na lente ecofeminista para entender as relações humanas e as relações com o ambiente em certo contexto social; (b) propor uma cosmovisão segundo a abordagem aqui denominada ecopsicossocial com base na compatibilidade e na complementaridade. A partir de uma pesquisa em andamento, cujo estudo de caso são as mulheres nas comunidades de pesca na região de Arraial do Cabo/RJ, o artigo apresenta uma revisão de documentos relativos à atividade, e análise qualitativa de depoimentos das mulheres da pesca no documentário Ardentia. Considerados os sentimentos e as ações das pescadoras – que, paulatinamente ultrapassam suas limitações na ação cotidiana e na reflexão constante sobre seu papel – conclui-se que o fazer feminino se articula na superação, na renovação e na reapropriação de um sentido que está sendo reinventado por elas: o lugar da mulher na pesca.

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Biografia do Autor

  • Regina Carmela, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ
    Professora, documentarista. Doutoranda EICOS-UFRJ 2017-2021. Bolsista CAPPES. Mestra (2016) do programa EICOS-UFRJ em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social. Possui graduação em Português/Literatura. Participa do grupo de pesquisa CIEC (Coordenação Interdisciplinar dos Estudos Contemporâneos - ECO-UFRJ. . Produz e dirige documentários desde 2001 sobre comunidades, grupos sociais, memória e identidade, meio ambiente, inclusão social, mídias digitais e patrimônio intangível. Representante discente junto ao Colegiado do Programa EICOS-UFRJ 2018-2020. Trabalhou como assessora de metodologia do Projeto ARDENTIA de extensão pesqueira participativa, da COPPE/UFRJ de 2016 até 2018 quando o projeto encerrou. Diretora do documentário ARDENTIA.
  • Marta de Araújo Pinheiro, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ
    Professora Associada IV. Faculdade de Comunicação (ECO), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Programa de Pós-graduação EICOS - IP/UFRJ. Pesquisadora do CIEC - Coordenação Interdisciplinar de Estudos Contemporâneos (CIEC). Possui graduação em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1977), mestrado em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1989) e doutorado em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1996). Foi bolsista da Faperj (RJ), modalidade recém-doutor, junto ao Instituto de Artes e Comunicação Social da UFF (1999). Realizou estágio sênior no SciencesPo/Ceri (Centre de Recherches Internationales) (2015-2016). Foi professora e pesquisadora do quadro permanente no Programa de Pós-Graduação "Comunicação e Sociedade", 2006-2016, na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Tem experiência na área de Comunicação atuando principalmente nos seguintes temas: subjetivação contemporânea, risco, catástrofe, desastres ambientais, meio ambiente, comunidades, ecofeminismo, redes sociais. Suas pesquisas mais recentes abarcam as mediações comunicativas nas humanidades ambientais: 1. Estudos sobre discursos, práticas e memórias relativas aos desastres e às reconstruções socioambientais; 2. Observação e análise das práticas e discursos pré-figurativos de novos regimes de viver socioambientais associados à produção de subjetividades que podem deles emergir;

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Publicado

2019-09-04 — Atualizado em 2021-08-16

Versões

Edição

Seção

Dossiê Psicologia e Epistemologias contra-hegemônicas

Como Citar

Ecopsicossociologia: abordagens ecofeministas da pesca artesanal. Fractal: Revista de Psicologia, Rio de Janeiro, Brasil, v. 31, p. 276–281, 2021. DOI: 10.22409/1984-0292/v31i_esp/29053. Disponível em: https://periodicos.uff.br/fractal/article/view/29053. Acesso em: 7 ago. 2025.