A Experiência de modelo vivo:

abertura para a compreensão da espacialidade humana como performances

Autores

  • Bruna da Silva Sassi
  • Almir Nabozny Universidade Estadual de Ponta Grossa - UEPG

Palavras-chave:

corpo, performatividade, situação, quiasma

Resumo

De que modo as experiências de modelo vivo podem contribuir na compreensão da espacialidade humana como performance? Acrescenta-se ao exercício narrativo, isto é, à aproximação entre o campo da ciência geográfica e a Filosofia, a noção de quiasma concebida por Maurice Merleau-Ponty. Nesse plano a experiência de modelo vivo (pesquisa encarnada) é iniciada a partir da ideia do corpo nu e sua representação artística, expandindo-se para a carne em que se entrelaçam os fenômenos (sessões de posar) com o próprio mundo, configurando o quiasma. Para tanto o trabalho é configurado a partir de uma experiência habitada (fazeres de uma modelo vivo em diálogo com um geógrafo de formação) entrecruzada por menções de entrevistas com modelos vivos nas quais a performatividade expressa uma ontologia na qual corpos se constituem arte mediante os encontros relacionais de múltiplas trajetórias espaço temporais.

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Publicado

2023-04-17

Como Citar

Sassi, B. da S., & Nabozny, A. (2023). A Experiência de modelo vivo:: abertura para a compreensão da espacialidade humana como performances. Geograficidade, 12(1), 47-61. Recuperado de https://periodicos.uff.br/geograficidade/article/view/49921

Edição

Seção

Artigos